Presidente do Sinicon e representantes do BID e BNDES debatem sobre fomento à infraestrutura durante o Rio Construção Summit

BID E BNDES: FOMENTO
À INFRAESTRUTURA


Mediador do painel “Fomento ao Desenvolvimento da Infraestrutura”, realizado nesta terça-feira (19/9), no Rio Construção Summit, Claudio Medeiros, presidente do SINICON, enfatizou a relevância dos incentivos ao setor. “É imperativo um esforço sistemático de atrair um número maior e mais diversificado de investidores ao país. Por isso é essencial que o governo tenha um compromisso com um ambiente de negócios estável, que haja uma radical redução da complexidade e litigiosidade tributária, assim como a desburocratização dos processos e redução dos custos de transação, considerando a diminuição das barreiras à entrada. É igualmente fundamental ter o médio e longo prazo como horizonte e, por isso, uma política de Estado voltada à modernização do setor”, defendeu.

 

Os debatedores do painel foram Silvana Bianco, diretora de Infraestrutura e Energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Felipe Borim, Superintendente de Infraestrutura do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). “Acreditamos que o financiamento para projetos e serviços de engenharia em setores estratégicos estimula o aprimoramento das competências e do conhecimento técnico no País”, disse Borin. Silvana Bianco apresentou o trabalho desenvolvido pelo BID junto a governos centrais, estados, municípios, empresas privadas e organizações não-governamentais, oferecendo empréstimos, subsídios e cooperação técnica; além da realização de pesquisas.

 

Segundo estudos realizados pela Firjan, a indústria da Construção movimentará R$ 796,4 bilhões na economia brasileira até 2026. O montante leva em conta R$ 663,6 bilhões em investimentos em habitação e infraestrutura e R$ 132,8 bilhões relacionados à demanda por insumos da cadeia produtiva. O caminho mais viável para a construção pesada se recuperar dos últimos 10 anos - considerados como “perdidos” por Medeiros - seria aumentar os aportes em engenharia. “Os investimentos aproximados em 1,86% do PIB em 2022 são pequenos perto dos 4% desejáveis para que o setor ao menos se recomponha na próxima década”, afirmou.

 

Crédito à exportação de serviços

 

A trava no crédito oficial para financiar a exportação de serviços de engenharia tem deixado o Brasil fora de um mercado de 428 bilhões de dólares. Tamanho da oportunidade foi quantificado por Evaristo Pinheiro (Diretor da Barral Parente Pinheiro Advogados). Ele foi um dos palestrantes da mesa “Crédito à exportação de serviços e bens de engenharia”, que reuniu também Camex (Câmara de Comércio Exterior) e BNDES. 

 

“É primordial estar inserido nesse mercado de quase meio bilhão de dólares”, corroborou André Taveira Cruz, chefe do departamento de Comércio Exterior do BNDES. Ele reforçou que essas operações de crédito para exportação não concorrem com os recursos destinados a investimentos no mercado brasileiro. E ressaltou que o próprio BNDES é remunerado pelo financiamento. 

 

“Um grande desafio é explicar para os formuladores de políticas públicas e órgãos de controle. Precisamos tirar do purgatório o sistema de crédito oficial para exportação de serviços de engenharia”, afirmou Pinheiro, contextualizando que há muita desinformação e mitos que surgiram após a Lava-Jato e que, por isso, o crédito está há 8 anos travado.

 

Marcela Carvalho, secretária executiva da Camex, esclareceu que há um fundo com seguro de crédito robusto. “É uma história de sucesso”, afirmou, reforçando a segurança da operação.