Vista aérea do município de Duque de Caxias cortado pela BR-040

CAXIAS E REGIÃO ENFRENTAM
RISCOS VIÁRIOS


Baixada Fluminense concentra inúmeras indústrias e busca melhorias na infraestrutura 

Fortemente industrializada, Duque de Caxias e adjacências, na Baixada Fluminense, tem preocupações quanto à segurança, incluindo o roubo de cargas, devido à presença de muitas empresas às margens da BR-040. Soluções para esses problemas são os principais pleitos da Firjan Caxias e Região. 

A implantação do Anel Viário de Campos Elíseos, visando a segurança de infraestruturas críticas no Polo Petroquímico de Duque de Caxias, vem sendo discutida há décadas. Com o projeto pronto, as obras, sob responsabilidade do governo do estado, chegaram a ser iniciadas, mas foram interrompidas. A obra faz parte do programa de investimentos do governo do estado, o Pacto RJ. 

“Caxias tem o segundo maior PIB do estado, devido ao petróleo. E a atividade em Campos Elíseos pode representar alto risco para as pessoas e as comunidades do entorno. A Firjan defende uma via de escoamento adequada, alternativa à BR-040”, alerta Roberto Leverone, presidente da Firjan Caxias e Região.

 

Roberto Leverone defende melhorias na infraestrutura para aumentar a segurança de pessoas e cargas, reduzir custos logísticos e aumentar a competitividade da região (Foto: Fabiano Veneza/Firjan)

 

O Anel Viário, conhecido como Arquinho, criará uma rota alternativa de entrada e saída do Polo Petroquímico, ligando a região ao Arco Metropolitano. Trará, assim, mais segurança para a Baixada, com aumento da mobilidade de trabalhadores, moradores e cargas. A rota vai reduzir tanto os riscos de acidentes como os custos logísticos, com reflexos na competitividade da região. “Se ocorrer algum incidente maior, pode ser uma tragédia. Só temos a BR-040 para escoar as pessoas e os veículos”, reforça Leverone. O empresário conta que, recentemente, um caminhão enguiçou no viaduto de saída do polo. Quem morava ou trabalhava na região demorou cinco horas para sair do local.

 

Roubo de Cargas 

Outra demanda da Firjan Caxias e Região refere-se ao roubo de cargas. “No estado do Rio, 70% desses roubos se concentravam em Caxias, que é um centro econômico de cargas. Isso afeta a atração de indústrias, que têm desconfiança em investir ou ficar no Rio pelo excesso de ocorrências”, aponta Leverone. A incidência de casos ainda é alta, mas o percentual de 70% citado por Leverone caiu para 34%, no primeiro trimestre deste ano. 

Com participação ativa, a Firjan criou o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Roubo de Cargas na Baixada Fluminense, em fevereiro de 2023. O GT se reúne periodicamente com policiais civis, militares e rodoviários federais, Ministério Público, secretários de segurança estaduais e municipais, Detran-RJ, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública da Baixada Fluminense (CISPBAF) e empresários, para buscar soluções para o problema.

 
 

“Sabemos das dificuldades do governo por falta de pessoal, de policiais para estarem mais presentes e combaterem esse crime. Durante a atuação da força militar do governo federal, conseguimos perceber uma melhora”, contabiliza o empresário. Após quatro anos de reduções sucessivas, a Regional Caxias registrou crescimento no número de ocorrências de roubo de carga em 2022 e 2023. Os meses de março, abril e maio do ano passado marcaram a máxima de casos mensais do ano, com 164, 152 e 157 casos, respectivamente. Este ano, entretanto, os números voltaram a cair. 

Algumas ações foram implementadas para melhoria da segurança na região. A Operação Palladium da Polícia Rodoviária Federal (PRF), iniciada em junho de 2023, manteve os casos na região abaixo da margem de 98 por mês, com uma média de 77 casos mensais até o fim do ano. Outras medidas incluíram o reforço de agentes das forças de segurança para atuarem em operações conjuntas nas principais rodovias do estado e nos bloqueios de rotas utilizadas pelos criminosos. Posteriormente, com a decretação da Garantia de Lei e da Ordem (GLO) no estado, houve novo reforço com o envio de agentes da Força Nacional e da PRF. A permanência da GLO no estado está sendo discutida pelos governos estadual e federal. 

Durante o primeiro trimestre de 2024, a Regional registrou 197 ocorrências de roubo de cargas, atingindo o mesmo patamar de 2012. Em relação ao mesmo período de 2023, a redução foi de 51% (204 casos).


Infraestrutura

 

Ainda na área de infraestrutura, um dos principais pleitos é a construção da Rodovia Transbaixada (futura RJ-103). “Ainda está só no papel, passaria em Belford Roxo, perto do Parque Industrial da Bayer, e em outras cidades. Ajudaria a desafogar as vias, uma demanda muito grande das indústrias”, confirma Leverone. 

A Transbaixada ligará a BR-040 à Avenida Brasil, cruzando a Via Light (RJ-081). Ela passará por Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita e Nilópolis. A primeira fase ligará a BR-040 até a Via Light; e a segunda irá da Via Light até a Av. Brasil. As obras ainda não foram iniciadas e nem há previsão. 

Por outro lado, a Regional conseguiu, através da concessão, a mudança do pedágio na BR-116, cuja praça saiu de Magé. “Está viabilizando o desenvolvimento industrial regional. O município de Magé estava sufocado com o pedágio, que foi transferido para logo após a saída para Santo Aleixo”, explica o empresário. O valor também caiu de R$ 22 para R$ 19, desde o final do ano passado. As mudanças foram possíveis com a entrada em operação da nova concessionária, a EcoRioMinas. 
 
Cursos Firjan SENAI 

Para capacitar trabalhadores para as indústrias da Baixada Fluminense, alguns projetos sociais têm sido realizados pela Firjan SENAI SESI, com apoio da Representação Regional. O programa de qualificação profissional em assistente de produção industrial para mulheres cisgênero e transgênero em situação de vulnerabilidade foi desenvolvido com a Bayer, com o nome de Elas na Bayer, e com a Lubrizol, denominado Programa LuZ. O objetivo da Firjan é oferecer mão de obra qualificada para absorção por pequenas e médias empresas, via Firjan_Peq. Outra demanda da Lubrizol foi customizada, desta vez, pela Firjan IEL: o curso “Green Belt”. 

Já para a Floc Têxtil, o curso customizado pela Firjan SENAI foi o de Operador de Máquina de Produção Industrial. O treinamento, aplicado sob demanda na própria empresa, foi concluído com a entrega dos certificados na Floc, e alguns colaboradores foram promovidos e passaram a exercer essa nova função na empresa.