Publicado em 22/04/2024 - Atualizado em 25/04/2024 12:39
REGIÃO CENTRO-NORTE
BUSCA MELHORIAS VIÁRIAS
Firjan Centro-Norte destaca-se por produção industrial e luta por logística melhor
A qualidade da infraestrutura logística e de mobilidade urbana é um dos fatores mais importantes para a atratividade de investimentos, uma vez que possui grande impacto na produtividade e no custo final das mercadorias e serviços. Para que a infraestrutura seja um atrativo, a Firjan Centro-Norte defende a construção dos contornos rodoviários de Nova Friburgo, de Cachoeiras de Macacu e de Macuco, todas na RJ-116, retirando veículos de carga do Centro dessas cidades e melhorando as condições de mobilidade urbana. Melhoria também na RJ-130 é outro pleito prioritário da Firjan Centro-Norte em 2024. Para avançar nessas demandas, a federação conta com uma boa interlocução com os governos municipais e estadual.
A região Centro-Norte é rica em várias atividades, tanto a industrial como a turística e a rural. Composta por 12 municípios, em 2020 atingiu o PIB de R$ 11,2 bilhões, que corresponde a 1,5% do PIB estadual. A indústria responde por 13,3% do PIB da região. Concentra o principal polo metalmecânico fluminense, setores de plástico, cimenteiro, têxtil, com destaque para a indústria de vestuário de moda íntima, fitness e praia; sem contar a produção de hortaliças, flores, laticínios, cervejas, cachaça e trutas. Para escoar todos esses produtos é necessário melhorias em suas principais estradas estaduais.
Em reunião em março com representantes do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), a Regional discutiu a situação do projeto da Estrada do Contorno da RJ-116, que cortará o distrito de Mury até Bom Jardim e outro trecho até Duas Barras para tirar os caminhões de cimenteiras, principalmente, de dentro da cidade de Friburgo. “O estudo de viabilidade dessa estrada está para ser licitado, embora ainda não tenha um prazo. Enquanto isso, os caminhões estão saindo às 5h da manhã para causar menos trânsito, mas quando eles voltam é durante o horário comercial. Queremos a melhoria do tráfego dentro da cidade. A RJ-116 passa dentro de Friburgo e isso atrapalha muito”, explica Marcia Carestiato Sancho, presidente da Firjan Centro-Norte.
Enquanto a Rodovia do Contorno não é construída, Márcia sugere que outras vias existentes, como a Avenida dos Ferroviários, possam ser um apoio, para tirar o trânsito de dentro da cidade. Essa logística pode melhorar com alternativas mais rápidas. Mas muitas obras dependem de desapropriação. A Firjan tenta ajudar o governo do estado em busca de soluções viárias. Além disso, a concessão da RJ-116, no trecho entre Itaboraí e Macuco, vence em março de 2026.
Outro pleito rodoviário é a conclusão das obras da RJ-130, a Estrada Terê-Fri, com instalação de trevo perto de Friburgo. Foi negociado há um ano com o presidente do DER a conclusão do serviço, incluindo esse trevo no bairro São Geraldo. O DER informou que a obra deve começar, sem a rotatória, que não está prevista no projeto original.
O Departamento de Estradas de Rodagem explicou que não foi feito um aditivo para essa obra. “Há um ano falaram que teria o aditivo para a inclusão da rotatória, mas não foi contemplado”, constatou Márcia. A RJ-130 abrange a região do cinturão verde fluminense, onde são produzidas hortaliças que abastecem a Região Metropolitana do Rio, o segundo maior polo consumidor do país. Os caminhões precisam de uma estrada em bom estado para escoar a produção rural. A região possui grande produção de orgânicos e é uma das maiores produtoras de folhosas e morangos do estado. São mais de 3 mil produtores rurais, que produzem 68 toneladas por ano.
Fevest
A maior feira de moda íntima, praia e fitness do Brasil existe há mais de 30 anos e desde sua primeira edição conta com apoio da Firjan Centro-Norte. “É um setor forte que temos que apresentar ao mercado nacional e aos compradores internacionais. A moda carioca é atrativa no mercado internacional e enfrenta poucas barreiras normativas. Acho que a gente pode exportar mais. É preciso procurar mercados no exterior, lançar tendências e utilizar tecidos tecnológicos. A federação apoia a realização das imersões internacionais e caravanas nacionais com o objetivo de gerar negócios e capacitar empresários de diversos segmentos. Levamos capacitações para toda a região. A Firjan tem credibilidade junto ao empresário e à população”, conclui Márcia.
A Feira deste ano, entre os dias 25 e 27 de junho, será 70% maior. De acordo com os dados do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest), a região possui 3.707 fábricas de lingerie, produzindo cerca de 336 milhões de peças por ano. Esse número representa 35% da produção nacional de lingerie, moda praia e fitness, gerando em torno de 28 mil empregos diretos e indiretos.
O presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest), Gustavo Moraes, fala sobre esse aumento significativo do tamanho da Fevest 2024: “A mudança de formato da Fevest, que passou a ser o B2B, de 2022 para 2023, totalmente voltada para os negócios, foi muito bem aceita pelo empresariado. Ele gostou e apostou nesse crescimento para 2024. Tivemos uma demanda tão grande que aumentamos em 70% o espaço do evento. E foi totalmente vendida a dois meses da feira,” destaca.
“Comemoramos o sucesso da Fevest, que reflete um polo de vestuário pujante em Nova Friburgo, fruto da Fevest 2023, que foi muito bem idealizada. É uma feira nacional de expositores, com fabricantes de todo o país, que se mostram nesse complexo comprador robusto. E, cada vez mais, conseguimos vender também no mercado exterior”, enfatiza Moraes.
Mulheres na indústria
São mais de 7.800 mulheres no setor industrial de Nova Friburgo, correspondendo a 46,64% do total de trabalhadores industriais. Desse número, cerca de 80% são no setor de vestuário e acessórios. No Brasil, as mulheres representam apenas 24,9% dos trabalhadores da indústria. Nova Friburgo está acima da média brasileira na contratação de mulheres, fruto do polo de moda íntima, que conta com a garra de mulheres empreendedoras e com a força de trabalho feminina, desde a idealização das peças até a venda no mercado.