Régua de degustação de cerveja artesanal

CERVEJAS ARTESANAIS DO RIO:
SUCESSO E APOIO DA FIRJAN


O estado do Rio de Janeiro tem se destacado cada vez mais no cenário da cerveja artesanal no Brasil. Com uma crescente demanda por marcas de qualidade e sabores diferenciados, diversas microcervejarias têm surgido e conquistado espaço no mercado fluminense. Uma das regiões mais conhecidas pela produção de cervejas artesanais é a cidade de Petrópolis, situada na Região Serrana. Lá, encontramos diversas cervejarias que têm ganhado prêmios e reconhecimento nacional e até internacional. Além de Petrópolis, outras cidades do estado também se destacam no ramo. Em Niterói, a Noi tem conquistado o paladar dos cariocas com suas cervejas artesanais premiadas. No Centro-Sul Fluminense, a Hocus Pocus surpreende com sua abordagem criativa e técnica refinada.

 

Para Marcio Maciel, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o associativismo reforça a união do setor cervejeiro, permitindo que grandes e pequenas empresas troquem conhecimentos e experiências. “Os pequenos produtores amplificam sua voz por meio do Sindicerv. Uma das evidências dessa amplificação é a defesa, na regulamentação da reforma tributária, de um tratamento diferenciado aos pequenos produtores, com escalonamento do imposto seletivo de acordo com o volume total de produção", diz.

 

"O Sindicerv enxerga com muita positividade o potencial das cervejarias artesanais e de pequeno porte no Rio de Janeiro. Temos no estado atualmente, de acordo com levantamento do Sebrae/RJ, 195 empresas dedicadas à produção de cerveja e chope, que atendem à demanda da população carioca criando rótulos, sabores e sempre inovando”, completa Maciel.

 

 

Para entender melhor esses sucessos e as estratégias que as tornaram referências no mercado, a Carta da Indústria conversou com os empresários responsáveis. Suas visões, experiências e insights oferecem uma perspectiva valiosa para quem quer entrar no setor.

 

Diferenciais de cada marca

 

A Brewpoint nasceu em dezembro de 2016 na Região Serrana, rapidamente se tornando a microcervejaria mais premiada da área. Com um enfoque em estilos clássicos e qualidade superior, a marca conquistou o paladar dos consumidores e acumulou mais de dez prêmios. Segundo José Renato Romão, um dos sócios, "a estratégia se baseia em oferecer clássicos produzidos exemplarmente e reconhecidos nos concursos nacionais e internacionais". A cervejaria se destaca pela proximidade com o turismo, hotelaria e eventos, promovendo seus produtos junto ao consumidor final.

 

Já a trajetória da Cervejaria Noi começou em 2008, com um restaurante que trabalhava exclusivamente com marcas artesanais da bebida. O grande diferencial da Noi é a consistência na produção de uma linha de estilos clássicos, composta por 14 rótulos. Barbara Buzin, a fundadora, enfatiza que a empresa investiu em estar presente em festivais, concursos cervejeiros e no delivery de chopeiras e barris de chope. Além disso, foi pioneira em trabalhar com agências de marketing e assessoria de imprensa, construindo sua marca de forma assertiva e reforçando sua presença no cotidiano das pessoas.

 

Com início em setembro de 2014, a Hocus Pocus celebra dez anos de existência. Pedro Butelli, diretor de marca, enfatiza o foco intenso na técnica como um dos principais diferenciais da cervejaria. "Estudamos muito para produzir cerveja da melhor forma possível, utilizando as melhores técnicas. A partir dessa base, criamos inovações que acreditamos que podem melhorar ainda mais a qualidade da cerveja", conta ele. A Hocus Pocus adota uma abordagem inovadora, combinando criatividade com conhecimentos técnicos sólidos. A cervejaria também se destaca por sua estética visual única, adaptando-se sazonalmente e contando histórias através de suas imagens.

 

A Hocus Pocus, de Três Rios, Centro-Sul Fluminense, se destaca pela qualidade e pela criatividade dos desenhos personalizados de seus rótulos (Foto: Divulgação)

 

Desafios e Oportunidades

 

Apesar do sucesso das cervejarias, há muitos desafios no setor. A carga tributária é apontada como um dos maiores obstáculos, principalmente considerando os investimentos necessários para expandir a produção. “O crescimento de uma cervejaria está diretamente ligado à capacidade de produção em grande volume. Isso se torna ainda mais significativo em um mercado que exige consideráveis investimentos financeiros para expandir a produção”, explica Butelli, da Hocus Pocus.

 

“O mercado ainda está em maturação. Muitas pessoas empreenderam em cervejarias e marcas como uma segunda função, um segundo trabalho, e normalmente essas não costumam ter vida longa. Temos um potencial incrível para conquistar o paladar e o hábito de cada vez mais pessoas, mas é preciso estratégia e dedicação total”, completa Buzin, da Noi.

 

A colaboração entre os fabricantes é vista como benéfica para o crescimento do setor. Compartilhar conhecimentos, trocar informações e dicas ajuda a fortalecer o ecossistema cervejeiro. A colaboração também contribui para a construção de um mercado mais maduro e diversificado, proporcionando aos consumidores uma ampla variedade de opções. 

 

“Procuramos sempre nos ajudar, seja por meio de compras em conjunto ou por meio da nossa associação de microcervejarias de Petrópolis. Essa é uma maneira de promover a união no setor e fortalecer o segmento”, ressalta o sócio da Brewpoint.

 

O sucesso da Brewpoint, Noi e Hocus Pocus nas regiões Serrana, Leste Fluminense e Centro-Sul Fluminense, respectivamente, destaca a importância de estratégias sólidas para acessar o mercado consumidor. Enfocar na qualidade, consistência, criatividade técnica e estabelecer presença em eventos e festivais locais são fatores-chave para o sucesso desses produtores. 

 

A colaboração entre os players do setor também desempenha um papel crucial no crescimento saudável e sustentável das micro e pequenas cervejarias no Rio de Janeiro, fortalecendo um mercado cada vez mais diversificado e atrativo.

 

 

Qualificação profissional

 

Na cena cervejeira artesanal em ascensão no Rio, a Firjan SENAI desempenha um papel crucial no apoio aos empreendedores. Há profissionais formados pela Firjan SENAI atuando em diversas cervejarias, a exemplo das marcas Alpenderf (Nova Friburgo), Odin (Petrópolis), Sampler (Petrópolis), Duas Torres (Petrópolis), Cidade Imperial e Grupo Petrópolis.

 

Bruna de Mello Tristão Celestino, especialista técnica em Bebidas do Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação da Firjan SENAI SESI Tijuca, destaca cursos como o de Cerveja Artesanal e Tecnologia Cervejeira, para proporcionar uma base sólida, desde a matéria-prima até a produção, para quem está pensando em aprender sobre o assunto.

 

Para aqueles que buscam cargos mais técnicos, como gestão e controle de qualidade, o Curso Técnico em Cervejaria é altamente recomendado. "Neste curso, o aluno tem a experiência de aprender todo o processo, desde o campo até a mesa do consumidor final, e ainda realizar visitas técnicas e ter contato com muitos profissionais do mercado. A Firjan SENAI também possui cursos de aperfeiçoamento na área de microbiologia em cervejarias, cursos de análises físico-químicas de cervejas, técnicas de lupulagem e análise sensorial", completa Bruna, para quem a federação contribui para disseminar profissionais qualificados no mercado.

 

Com professores de referência nessa área, o Curso Técnico em Cervejaria da Firjan SENAI, com 1.200 horas, engloba todo o processo produtivo, desde o campo até o consumo final, passando pelas etapas de produção, qualidade, gestão, meio ambiente, segurança do trabalho, utilidades. tornando o profissional completo para atuar no mercado.

 

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