Mohamad Kassem, Lucio Soibelman e Del Savio no Rio Construção Summit (Foto: Luciola Villela)

CONSTRUÇÃO NA LUA AVANÇA
COM GÊMEOS DIGITAIS E BIM


A tecnologia da inovação, que inclui os gêmeos digitais e a Metodologia BIM, está sendo aplicada também em estudos para construção na Lua. Esta é a pesquisa liderada pelo professor Lucio Soibelman, codiretor da University of Southern California Foundation for Cross-Connection and Hydraulic Research, a pedido da Nasa.


De acordo com o painel Impulsionando a Inovação: Gêmeos Digitais e Desenvolvimento de Tecnologias para Construção na Lua, apresentado na quinta, 21/09, no Rio Construção Summit, os estudos para construção no solo lunar estão avançados e partiram de uma demanda para a criação de um Landing Pad, um local para se posar foguete no Polo Sul da Lua.

 

“O objetivo da Nasa é que naves que seguirão em direção a Marte façam uma parada na Lua para se abastecer de materiais como hidrogênio. Estamos fazendo a simulação do serviço usando robôs, e também desenvolvemos um sistema de teleférico para levar os materiais de um ponto a outro da Lua”, explicou Soibelman. Segundo o pesquisador, a Nasa só permite pesquisa com robô no solo lunar se conseguir provar o uso do experimento também na Terra.

 

Soibelman contou que a própria agência americana vinha há 15 anos trabalhando nesse projeto sem muito avanço, e que há cerca de dois anos contratou a equipe deles e já conseguiu progredir. Salientou que as novidades são melhor apreendidas por engenheiros civis que tenham especialização em computação e engenharia elétrica.

 

Mohamad Kassem no Rio Construção Summit, em debate com Lucio Soibelman e Del Savio (Fotos: Luciola Villela)

 

Outras avanços com gêmeos digitais

 

Quanto a outras pesquisas com a tecnologia gêmeos digitais, o professor Mohamad Kassem, pesquisador da Newcastle University, do Reino Unido, explicou que são bem usadas em feedback na etapa de concepção de um produto de construção, análises de atrasos, além de aplicações em cidades inteligentes e no agronegócio.

 

“Os gêmeos digitais não são uma réplica do mundo real e podem se completar com outras tecnologias como o BIM. Na cidade mais digital de Singapura, milhares de drones monitoram toda a área e recuperam imagens de todas as fachadas de todos os prédios. É possível se descobrir onde tem vaga para estacionamento etc.”, exemplificou Kassem.

 

O papel dos gêmeos digitais importa para melhorar o design e a produção na construção. Alguns são considerados desafios típicos do BIM há anos, de acordo com Kassem. Já seu colega de mesa acredita que a transformação digital a partir do BIM pode também englobar o uso dos gêmeos digitais. “No BIM, o mais importante é a informação, com a vantagem de poder fazer a comunicação entre sistemas diferentes. No Brasil, não se faz ainda o BIM porque todos usam o mesmo software”, analisou Soibelman. 

 

A importância de se ligar a informação aos elementos foi destacada. Com banco de dados, é possível se clicar na imagem da parede de um prédio, por exemplo, e ver fotos e outras informações. A inteligência artificial, na opinião dos debatedores, pode ser usada para classificar documentos e imagens, e vai servir para criar muitos empregos qualificados na área da engenharia civil. A mediação do evento foi de Alexandre Del Savio, diretor do IDIC da Universidade de Lima e também diretor do Conexig, no Peru.