Três mulheres em destaque num debate, a do meio segura o microfone enquanto é observada pelas demais

DIVERSIDADE E PROTAGONISMO
FEMININO EM DESTAQUE


Pautas sociais também ganharam os holofotes nos debates do Rio Construção Summit. No último dia do evento (21/9), quatro lideranças empresariais e representação da Organização Internacional para as Migrações (OIM) marcaram o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência com a mesa sobre “Diversidade, Equidade e Inclusão”. O encerramento também foi marcado pelo protagonismo de mulheres em cargos de liderança, com a participação de Elissandra Cândido, presidente do Sinduscon-SF (Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense).

 

Sob o tema “Inovação na Gestão da Construção: a Perspectiva Feminina”, o painel foi moderado por Ana Claudia Gomes, presidente da Comissão de Responsabilidade Social da CBIC. E além da presidente do Sinduscon-SF, as debatedoras foram Fernanda Tauffenbach, sócia de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte; e Henriete Sartori Bernabe, vice-presidente de Riscos da Caixa Econômica Federal.

 

As participantes explanaram os desafios da presença feminina no setor e como as mulheres em posições de liderança impactam na gestão e inovação de empresas, entidades e órgão públicos, sobretudo da cadeia produtiva da construção. Elas compartilharam histórias de superação e firmaram a importância da equidade de gênero em uma indústria predominantemente masculina.

 

"Na união das mulheres, encontramos a força para superar os desafios que a sociedade impõe. E, juntas, inspiramos a liderança feminina a transformar não apenas empresas, mas toda a cadeia produtiva da construção civil, construindo um futuro mais igualitário e inovador”, incentivou Elissandra, primeira mulher a assumir a presidência em um sindicato de construção civil.

 

Palco em primeiro plano com cinco debatedores no palco, três mulheres e dois homens

Mesa debateu a diversidade nas empresas. Crédito: Above Studio

 

Os dois painéis aconteceram no Auditório Águas do Rio. No primeiro, a mediadora, Viviane Nunes, diretora de relações institucionais do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), abriu a mesa redonda com a seguinte reflexão: “É preciso tratar de diversidade nas empresas e na sociedade. Somos um país diverso, temos que aprender a nos respeitar e as empresas têm papel fundamental em processos de inclusão”.

 

Entre os debatedores, estiveram a diretora de Programa de Interação Social e Econômica da OIM, Michelle Barron; a consultora trabalhista da Álya Construtora, Luciene Romanelli; o gerente de ética e compliance da Shell América Latina, Ruan Santos; e o diretor superintendente da Águas do Rio, Sinval Andrade. 

 

“A Lei deixou clara a ideia de que a pessoa com deficiência não tem condições de conseguir emprego em pé de igualdade. As barreiras existem na sociedade e é preciso que elas sejam transpostas. E isso ocorre através de uma cota de PCDs que as empresas grandes devem cumprir, que deve chegar a 5% dos seus funcionários”, ressaltou Luciene, que também é membro da Diretoria da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

 

Sinval Andrade fez questão de citar o programa “Respeito Dá o Tom”, promovido pela Águas do Rio, durante sua fala. O programa visa a inclusão de mulheres e de pessoas negras em cargos de gerência e diretoria, bem como o combate ao racismo na empresa. Ele contou que conseguiram atingir a marca de 30% de negros e negras em tais ocupações e o percentual de 40% de mulheres. 

 

A representante da OIM ainda fez uma importante reflexão sobre o papel dos programas de diversidade, equidade e inclusão nas empresas. Para ela, tais ações não devem ser pontuais, mas, sim, representar os valores das empresas, em acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organizações das Nações Unidas (ONU), que só contribuem para ambientes mais seguros e, consequentemente, mais inovadores e produtivos. E isso, segundo Michelle,is good for business!”.