R$ 30 BILHÕES
PARA INOVAÇÃO EM 2025

A Rede de Institutos de Tecnologia e de Inovação da Firjan SENAI SESI apoia a indústria em pesquisa e inovação  

Trazer competência tecnológica para o Rio e o Brasil. Esse é o compromisso das empresas beneficiadas por recursos públicos para inovar. Os financiamentos, que podem ser reembolsáveis ou não, são destinados a indústrias, startups, pequenas e médias empresas para desenvolver projetos de inovação e pesquisa no país. Para 2025, há uma estimativa de mais R$ 30 bilhões em recursos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em todo o país. Esses valores incluem empréstimos e recursos não reembolsáveis.  

Na opinião de especialistas, o Brasil nunca teve tanta disponibilidade de recursos para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), muito em função do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que está fomentando todo esse processo, mas muitas vezes as empresas não sabem como buscar isso objetivamente. Nesse contexto, a Firjan SENAI SESI tem um papel muito importante especificamente para facilitar esse acesso.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram uma chamada de R$ 3 bilhões para atração, implantação ou expansão de Centros de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PD&I). O edital busca chamar empresas que queiram fomentar institutos alinhados com suas pesquisas. O banco estima um valor de R$ 250 bilhões de apoio à NIB.

Já o Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal instrumento de financiamento à pesquisa e inovação no país, anunciou, em 28/5, uma estimativa de R$ 96 bilhões para o período 2025-2029. Os recursos totais serão aplicados em empresas, universidades, instituições de pesquisa, pela Finep, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e por outras instituições vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A Finep atua como secretaria executiva do FNDCT.  

  
Além da distribuição dos recursos para 2025, foram revisados os termos dos 10 programas estruturantes do FNDCT, lançados em 2023. Foram adicionados outros dois: o Programa Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), focado no desenvolvimento e aplicação de tecnologias de IA no país; e o programa SOS Clima Brasil, voltado para o monitoramento e enfrentamento de desastres climáticos.

Para contribuir com essa trajetória de inovação, os departamentos nacionais do SENAI e do SESI disponibilizam hoje mais de R$ 460 milhões de recursos para aplicação na indústria brasileira em 2025, através da Plataforma de Inovação para Indústria, com chamadas para seleção de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) que mobilizam e financiam o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores. A plataforma traz os últimos resultados, as mais recentes chamadas e as novas categorias, além de explicar como participar dos editais.  

Empreendedor e Firjan SENAI criam simulador

Um dos empresários que buscou o apoio da Rede Firjan SENAI SESI para inovar foi Marcelo Pacheco, sócio-proprietário da MP Educacional, em Itaperuna, no Noroeste do estado. Ele relata que a parceria foi essencial para o desenvolvimento do protótipo do simulador educacional digital para treinamento e controle de qualidade de tecnologia e inspeção higiênico-sanitária em frigoríficos de bovinos de corte.  

“Se não houvesse a parceria com a Firjan SENAI eu não teria conseguido avançar. Eles realmente abraçaram o projeto junto comigo desde o início. Levei a ideia e construímos a escrita juntos, cada um com sua expertise. Após o projeto ser estruturado, trabalhamos no edital”, complementa Pacheco, que é também é médico veterinário e doutor em Tecnologia e Inspeção de Alimentos.  

Um dos simuladores desenvolvidos pelo ISI Sistemas Visuais de Produção (Foto: Vinícius Magalhães)

O médico veterinário idealizou e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção desenvolveu o simulador. A parceria, que nasceu em 2018, tomou forma em 2023 com o edital da Aliança Educacional do SENAI, que ofereceu recursos da ordem R$ 300 mil para a startup. O simulador estabelecerá uma nova forma de capacitação e controle de qualidade em Frigoríficos de bovinos, aves, suínos e laticínios, proporcionando maior segurança para os treinandos e operadores. 

“Concluímos a primeira fase do projeto no final de 2024, após um ano e meio de trabalho. No momento, estamos em negociação com o Senai-DF buscando novos recursos para concluir o projeto, com treinamento para proporcionar maior segurança e evitar acidentes em plantas frigoríficas", afirma o sócio da startup, ressaltando que a solução está agora na fase de introdução da inteligência artificial.  

Segundo o sócio da MP, a equipe do instituto Firjan SENAI é muito tecnológica, tem muita informação, bagagem e experiência, realizando um serviço bastante eficiente: “A equipe que se monta para cada projeto é fantástica”.

Plataforma para Inovação

Os projetos selecionados em cada categoria, como a que prevê Inovação para Segurança e Saúde no Trabalho, têm o apoio da rede nacional de Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia e dos Centros de Inovação do SESI. As iniciativas contam com a parceria de universidades, empresas industriais, startups e centros de pesquisa.

Lançada há mais de 10 anos, a Plataforma Inovação para a Indústria apresenta um histórico com R$ 1,4 bilhão em recursos mobilizados, mais de 1.500 projetos aprovados e desenvolvidos em parceria com indústrias e cerca de 900 consultorias. Nesse período, foram mais de 60 chamadas temáticas com médias e grandes empresas, envolvendo 2.400 empresas industriais em parceria com a Firjan SENAI.

Com esses recursos públicos o Brasil pretende converter pesquisa em competitividade, e na opinião de Antonio Fidalgo, gerente de Pesquisa e Aplicações em Química, Biologia e Saúde da Firjan SENAI SESI, os Institutos SENAI SESI de Inovação são os motores dessa transformação.

“Nós incentivamos, mostrando as oportunidades, ajudamos a escrever o projeto e na busca por recursos. Quando a empresa faz a submissão, contribuirmos com toda a estrutura para que as indústrias possam utilizar esse dinheiro disponível em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)”, disse o gerente.

Recursos x riscos

Marcius Costa, CEO da BDM Ventures, diz que foi primordial ter todo o suporte dos Institutos SENAI de Solda, Automação e Química Verde para desenvolver a tecnologia HRios Ecobarreira Inteligente, por meio de recursos da Aliança Industrial do Senai Nacional.  

BDM Ventures  desenvolveu a tecnologia HRios Ecobarreira Inteligente cm recursos da Aliança Industrial do Senai Nacional (Foto: Divulgação)

O CEO da BDM, uma Venture Builder que desenvolve projetos e tecnologias sustentáveis nas áreas de energia, agricultura, saúde e do mar, com escritório em Ipanema, acredita que os recursos do governo para inovação são fundamentais para o desenvolvimento e competitividade na área tecnológica, uma vez que os riscos de inovação em tecnologia são grandes.

Marcius Costa conta que o apoio da Firjan SENAI SESI teve início na fase de projeto, passando pela automação, análise ambiental dos pontos focais na Baía de Guanabara, até os termos de cooperação com os órgãos reguladores e desenvolvimento das plataformas.

Trata-se de uma estação ambiental para monitoramento, coleta e armazenamento de resíduos sólidos e microplásticos em cursos hídricos, que funciona através de um sistema de sensoriamento remoto e utiliza energia 100% renovável. A primeira unidade da solução já foi testada e obteve resultados bastante positivos.  

Costa alerta, no entanto, que as janelas de recursos temporárias e temáticas que não abrem continuamente são as maiores dificuldades e acabam atrasando o avanço tecnológico. “No momento, por exemplo, não há janela no Rio de Janeiro para o meu projeto de bluetech, para economia do mar”, constata.

Já Fabrícius Nascimento Garcia Neto, especialista em captação de recursos da Firjan SENAI SESI, ensina que há uma série de agências nacionais, estaduais e municipais, como a Finep, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que oferecem esses recursos, reembolsáveis ou não. Para se beneficiar dessas agências, é necessário que a empresa proponha um projeto alinhado à temática do edital e dentro do prazo determinado pela instituição. Se o projeto for aprovado, há um rito de submissão, com regras específicas a serem cumpridas para cada edital.

“O Sistema Firjan consegue apoiar as empresas de diversas formas. Uma delas é com a divisão de captação de recursos, que faz uma curadoria dos editais, pesquisando aqueles que estão abertos e divulgando isso já mastigado para a indústria. Apoiamos também na estruturação do projeto, na orientação, na submissão, com levantamento de documentação, e acompanhamento até receber o recurso”, acrescenta.

Outra ferramenta oferecida pela federação para essa jornada é o Boletim Radar de Recursos da Firjan, divulgado mensalmente com as principais linhas de fomento abertas. O conteúdo é enviado para os associados aos sindicatos filiados à Firjan e aos associados à Firjan CIRJ.

Entre os destaques da edição de maio de 2025, o Finep Mover, programa prioritário no âmbito do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), disponibiliza recursos da ordem de R$ 100 milhões.

Firjan IEL aproxima pautas

A Firjan IEL, através da Gerência de Ambientes de Inovação, também contribui para a indústria inovar com recursos públicos.  São várias as ações realizadas para esse fim:

Coloca as startups aceleradas pelo Conecta Lab em contato com os editais disponibilizados por agências de fomento, com apoio da área de Captação de Recursos, da Firjan Sede, que tira dúvidas para as startups, apresenta os caminhos e ajuda na inscrição.

“A Firjan IEL organiza os eventos com convidados de várias agências de fomento com o objetivo de fomentar o networking. Exemplo disso foram as Rodadas de Inovação em Saúde e Sustentabilidade, eventos direcionados para as nossas empresas associadas. Desses eventos, resultaram duas publicações: Inovação na Saúde: Síntese Rodadas de Inovação e Inovação para Sustentabilidade: Síntese Rodadas de Inovação”, diz Natany Paz Borges, especialista de projetos especiais da Casa Firjan.  

No ano passado, com o mesmo propósito, a Firjan IEL realizou um Meet Up com a Finep a AgeRio, onde foram apresentadas oportunidades de financiamento para inovação. Além disso, a Firjan participa de conselhos de órgãos de fomento, como o da Faperj. A ideia é aproximar as pautas.

Experiências técnicas e de pesquisa

Na opinião de Daniel Giacometti, CEO e cofounder da Embeddo, a parceria com Institutos SENAI possibilita que a inovação aconteça de forma mais rápida e efetiva. A Embeddo é uma startup de deeptech, localizada em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Ela é acelerada do Conecta Lab da Firjan IEL. Com apoio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção da Firjan, Giacometti conseguiu combinar as experiências técnica e de pesquisa aplicada para desenvolver tecnologias com maior potencial.

 Parceria entre Embeddo, Firjan SENAI e Firjan IEL para inovação (Foto: Divulgação)

“Os institutos possuem grandes competências, principalmente no caso dos sistemas virtuais de produção, conhecem muito sobre o ambiente fabril, entendem as dores da indústria, podem e estão atuando com a gente tanto no desenvolvimento do hardware, quanto da parte dos modelos de inteligência artificial”.

O objetivo do projeto é desenvolver o sistema de manutenção preditiva, para linha de montagem de veículos para reduzir custos e evitar interrupções na produção. O projeto tem apoio da Finep, da Firjan SENAI e parceria com a Jaguar Land Rover.  

Os recursos oferecidos pelo governo, na opinião de Giacometti, são essenciais para as empresas inovarem, principalmente porque inovar custa caro e alguns projetos são de alto risco.

Institutos são o motor da transformação

Com os recursos públicos, o Brasil pretende converter pesquisa em competitividade. Na opinião de Antonio Fidalgo, os Institutos SENAI SESI de Inovação são o motor dessa transformação.

Ele constata que a carteira da Firjan SENAI SESI contabiliza 80 projetos nas áreas de química, materiais, saúde, biotecnologia e digitalização, que constituem as competências dos cinco institutos de Inovação.

"Possuímos um conjunto de pesquisadores especializados e uma estrutura forte para todo tipo de demanda, com capacidade infinita, para fazer com que as empresas consigam alcançar e operar esse tipo de recurso”, explica Fidalgo.

Recursos reembolsáveis ou não

“Subvenção econômica ou recursos não reembolsáveis são recursos geralmente disponibilizados por agências de governo para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação de empresas, que podem ser acessados e não precisam ser devolvidos. O recurso não é um empréstimo. Na verdade, são oportunidades”, esclarece o especialista em captação de recursos da Firjan SENAI SESI.

Também com foco em pesquisa, desenvolvimento e inovação existem os recursos reembolsáveis, que são empréstimos e complementam os outros. “Eles têm foco, principalmente em compra de máquinas e equipamentos e podem ser solicitados nessas mesmas agências, que inclui a Agência Estadual de Fomento do Rio de Janeiro (AgeRio)”, orienta Fabricius Neto.  

Nesse caso, a empresa precisa devolver o dinheiro que pegou emprestado, mas com juros subsidiados. Algumas categorias pagam cerca de 6% ao ano e ganham uma carência que inclui prazo de 24 meses para começar a pagar.

Além dessas, há a plataforma de inovação para indústria, com recursos do próprio SENAI SESI nacional, que lançou recentemente as linhas temáticas já abertas este ano. Ela também disponibiliza acesso a recursos para desenvolver os projetos nesse perfil não reembolsável, com os Institutos SENAI de Inovação.

A Firjan conversa também com as agências de fomento, apresenta os projetos e estimula que elas abram canais, linhas de financiamento com foco nas temáticas que a indústria tem mais interesse. A empresa interessada em usar os recursos disponíveis, pode acessar esse site da Firjan, que mapeia as oportunidades.  

Existem ainda outros recursos públicos, como a Embrapii. "No Rio de Janeiro, os institutos SENAI Química Verde e o Biossintético são unidades credenciadas na Embrapii. A agência disponibiliza recursos para essas unidades, que podem apoiar projetos”, explica Garcia Neto.

Além disso, o Programa Firjan_PEQ, apoia as empresas no acesso à informação sobre crédito através do Boletim das Pequenas Empresas, como na edição de abril.

A Firjan_PEQ também disponibiliza a, Cartilha de Acesso ao Crédito um guia completo com diversas opções de financiamento para empresas de diferentes portes. A publicação reúne informações sobre operações reembolsáveis, com um anexo específico para linhas voltadas para inovação. Além de capital de giro, aquisição de máquinas e equipamentos, crédito rotativo, antecipação de recebíveis, financiamento à produção e projetos de energia solar.

Para desenvolver vários tipos de projetos, a Firjan tem os institutos SENAI de Inovação, de Química Verde, Biossintéticos, Inspeção e Integridade e Sistemas Virtuais de Produção e os Institutos SENAI de Tecnologia, de Engenharia em Design Industrial (EDI) e Química e Meio Ambiente.