Caetano, Eduardo e Aloizio Mercadante (BNDES)

NIB: INDÚSTRIA DO RJ
COM PROPOSTAS


Firjan e dirigentes de indústrias fluminenses fazem propostas para a nova política industrial



A Firjan considera que a Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro pelo governo federal, contribuirá para a transformação da estrutura industrial, aumentando a produtividade, a competitividade e o desenvolvimento socioeconômico do país. Para contribuir com o movimento, a federação entregou durante o evento em comemoração ao Dia da Indústria, em 23/5, ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, o documento “Propostas Firjan para a Nova Indústria Brasil” com as sugestões para essa política. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou da solenidade por videoconferência.

 

Com a participação de 650 empresários e empresárias de todas as regiões do estado do Rio, o presidente da federação, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, abriu a solenidade destacando que a adoção de políticas industriais é uma prática internacional. Segundo levantamento do FMI (Fundo Monetário Internacional), em 2023, foram realizadas mais de 2.500 intervenções de política industrial pelo mundo.

 

“Se todo mundo faz, é evidente que o Brasil não pode ficar fora. Nesse sentido, a área técnica da Firjan estuda a NIB desde o seu lançamento, interagindo com a nossa base industrial. Pela manhã, promovemos debates sobre as seis missões da NIB e elaboramos o documento com sugestões dos empresários fluminenses e com algumas das mais importantes indústrias brasileiras”, disse Eduardo Eugenio.

 

Coordenador do grupo de trabalho, o 1º vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, apresentou para Geraldo Alckmin e Aloizio Mercadante um breve resumo por cada tema:

 

Cadeias Agroindustriais Sustentáveis: “Garantir o alinhamento entre a política industrial e a regulamentação da reforma tributária, de forma a evitar que eventuais distorções regulatórias desestimulem o incremento no desenvolvimento das cadeias agroindustriais”.

 

Complexo Industrial da Saúde: “Aprimorar as políticas públicas de incentivo à produção nacional de medicamentos, por meio do estímulo à fabricação dos insumos farmacêuticos ativos, além de incentivar parcerias entre empresas e instituições de pesquisa”.

 

Infraestrutura e Mobilidade: “Integrar os planejamentos do setor de infraestrutura com a NIB para o desenvolvimento do país, aproveitando sinergias e provendo a infraestrutura necessária para as demandas dos setores econômicos”.

 

Moradia e Saneamento: “Padronizar as legislações municipais. Hoje, as construtoras precisam customizar seus processos conforme o município. Nesse sentido, a padronização é essencial para avançar no processo de industrialização na construção civil”.

 

Transformação Digital: “Disseminar as tecnologias que permitirão o avanço na transformação digital para ampliar a formação profissional. Para isso, é importante que a Educação Básica adote uma abordagem para integrar as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática”.

 

Transição Energética, Descarbonização e Bioeconomia: “Avançar na regulação do arcabouço legal verde e sustentável da eólica offshore, do hidrogênio de baixo carbono, captura e armazenamento e uso de carbono e do mercado de carbono”.

 

Defesa: “Promover o gerenciamento de programas complexos para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional, que controlem o ciclo de vida dos produtos”.

 

Incentivo para a indústria

 

Por videoconferência, o vice-presidente da República, destacou as ações do governo federal e os recursos disponíveis para a implementação da Nova Indústria Brasil. Alckmin anunciou que será sancionada na próxima semana a lei da depreciação acelerada, que estimula a renovação e modernização do parque fabril. Ele citou também a criação da LCD (Linha de Crédito para o Desenvolvimento), voltada para a indústria, e o trabalho para o uso do gás natural como indutor de desenvolvimento.

 

“Vamos receber e implementar as propostas da Firjan junto à NIB, promovendo a competitividade, sustentabilidade e inovação da nossa indústria”, afirmou Alckmin.

 

Já o presidente do BNDES afirmou que a indústria nacional tem que reagir e se defender. Segundo ele, países como China, Estados Unidos e da União Europeia aplicam a defesa comercial direcionada aos seus interesses. “Temos que avançar nessa direção e investir no que temos de melhor, como, por exemplo, no setor de fármacos. Também temos o Fundo Clima para projetos inovadores. A indústria tem que se beneficiar dos recursos”, assegurou Mercadante, citando que em breve também haverá uma linha de crédito para o audiovisual.

 

Participaram dos debates do Dia da Indústria na Firjan, lideranças das maiores empresas do país, como Águas do Rio, Braskem, BRF, Cimento Nacional, Cristalia, Cury, Ecorodovias, Embraer Defesa e Segurança, Emgepron, Fiocruz, Frescatto, Iguá, Lemgruber, M. Dias Branco, Natura, Nortec, Novonor, Petrobras, Piracanjuba, Porto do Açu, Prumo, SIATT, Stefanini, Stella Tecnologia, Tenda, Ternium, Vale e Volkswagen.