Vista aérea de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense

NOVA IGUAÇU E REGIÃO:
POR MAIS INVESTIMENTOS


Para uma área que abrange seis distritos industriais, empresas de grande porte em diversos segmentos e um porto por onde o país escoa sua riqueza para outros estados e para o mundo, a Firjan Nova Iguaçu e Região clama por mais segurança, principalmente no que tange a roubos de carga e veículos. Esse é um dos principais desafios que afeta até a confirmação de novos investimentos de companhias de grande porte, como das áreas de higiene e cosméticos, alimentação, metal mecânica, construção e metalurgia instaladas no local, entre outras.

 

O cenário atual da segurança pública é o fator de maior impacto, afirma Carlos Erane de Aguiar, presidente da Firjan Nova Iguaçu e Região. “É fundamental que haja melhoria, com o reforço de agentes de forças de segurança para atuarem em operações conjuntas nas principais rodovias do estado e nos bloqueios de rotas usadas para transportar cargas, veículos roubados, drogas e armas”, ressalta ele, que também é 2º vice-presidente da federação. Erane defende ainda celeridade nos investimentos de infraestrutura previstos e planejamento da modernização da rede de energia para a região, com obras estruturais e comunicação efetiva entre os distribuidores de energia e empresas.


Com uma população de 1.616.612 pessoas, segundo dados do IBGE de 2022, a região enfrenta diversos desafios. Para Erane, esses fatores – segurança pública, logística e mobilidade para o escoamento de cargas, eficiência energética e infraestrutura de qualidade – são determinantes para a competitividade de uma região, a fim de atrair investimentos. 


 

Carlos Erane de Aguiar, presidente da Firjan Nova Iguaçu e Região e do Conselho de Defesa e Segurança Pública da Firjan (Foto: Paula Johas)

 

“Há expectativas de avanços para 2024 nas áreas de segurança pública, energia e saneamento. Isso é percebido com a inauguração do posto de policiamento em Japeri, fruto de parceria público-privada da Prefeitura com a Granado, e com os investimentos de R$ 80 milhões em iluminação pública e de R$ 400 milhões na melhoria no saneamento após a concessão da Cedae”, analisa Erane.

A boa notícia é que o roubo de carga registra significativa redução na região, embora os números se mantenham em níveis preocupantes. O resultado é fruto de iniciativa da Firjan, que, desde 2023, criou o Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Roubo de Cargas na Baixada Fluminense, buscando soluções para o problema, que vem afetando significativamente indústrias instaladas na área de atuação da Firjan Caxias e Região e da Firjan Nova Iguaçu e Região. O GT reúne policiais civis, militares e rodoviários federais, Ministério Público, secretários de segurança estaduais e municipais, Detran-RJ, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública da Baixada Fluminense (CISPBAF) e empresários.

 

A ação faz parte da Agenda Regional com os Municípios – Nova Iguaçu e Região e Caxias e Região, que reúne pleitos de empresários. O objetivo da federação é contribuir com o poder público a respeito das ações prioritárias para esse polo econômico do estado, que emprega 245.227 com carteira assinada, o que corresponde a 5,38% dos trabalhadores fluminenses. Somente o município de Nova Iguaçu concentra 2,39% dos trabalhadores com carteira assinada, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de maio deste ano.

 

 

Energia elétrica

 

A poda preventiva de árvores é outra questão da região que merece atenção especial da agenda da Firjan, o que levou a entidade a apontar a necessidade de um cronograma específico para esse trabalho, a fim de contribuir para a estabilidade no fornecimento de energia elétrica nas áreas de concentração industrial.

Para Carlos Erane, a realização da poda preventiva é uma dificuldade que ocorre em todas as regiões do Rio de Janeiro. “O argumento utilizado pelos órgãos responsáveis de modo geral é a demora da distribuidora em interromper o fornecimento para que o serviço seja feito. Diante disso, a Firjan está trabalhando para que seja elaborado um cronograma de poda junto aos órgãos responsáveis e às distribuidoras de energia, começando pelo Distrito Industrial de Queimados”. 

A oscilação no fornecimento de energia é outro problema na região, que abrange Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e Seropédica, além de bairros da Zona Oeste da capital. Houve melhorias em comparação aos últimos anos, mas ainda é preciso avançar significativamente para contribuir com a competitividade das indústrias da região, reflete Erane. “A expectativa agora gira em torno do diagnóstico de melhoria que a Light apresentará para os distritos até o fim de agosto”. 

Além desses, a agenda da Firjan inclui aumento da proteção e do policiamento nas áreas industriais e na região do Arco Metropolitano (BR-493), que passou a contar com um posto da Polícia Rodoviária Federal na via, em Japeri. Falta ainda a manutenção da iluminação, entre outros investimentos. 

A Representação Regional também busca: melhoria nos acessos ao Arco Metropolitano, integrando suas agulhas a rodovias estaduais ou municipais; preservação das áreas destinadas à instalação de distritos e condomínios industriais, coibindo ocupações irregulares; atualização dos Planos Diretores Municipais, em interlocução com o governo estadual, com foco na implantação de pavimentação adequada; construção de um plano conjunto para tratamento de esgoto na região; e melhoria e ampliação da infraestrutura e dos investimentos nos aquaviários, potencializando e diversificando a logística aquática.

 

 

Segmentos variados

 

O leque das empresas é diverso na região. Em Nova Iguaçu, destacam-se os setores de alimentos, bebidas, panificação, defesa, metal mecânico e higiene pessoal e cosmética, pelas mãos da Granado, Probelle e P&G, entre outras. Além das empresas de construção civil instaladas na região – entre elas a Multibloco –, a Granfino, no setor de alimentos, compõe o importante polo econômico do estado. Já em Itaguaí e Santa Cruz, a economia se move com o minério, por meio de siderúrgicas como a Gerdau, a Vale e a Ternium, além de empresas como a Casa da Moeda, a Nuclep e o Porto Sudeste.

 

Melhorias para a mobilidade 

Para aumentar a competitividade das indústrias e beneficiar a população, a mobilidade precisa de diversas melhorias. De acordo com a Firjan, a longa lista deve começar com avanços no transporte intermunicipal na região, a construção da pista vicinal na saída do Distrito Industrial de Queimados e a integração das agulhas do Arco Metropolitano a rodovias estaduais ou municipais.

 

Além dessas mudanças, a Firjan Nova Iguaçu e Região entende que é necessário, entre outras ações, construir e atualizar os Planos Diretores de Mobilidade Urbana e fazer a extensão da Via Light (RJ-081) de Nova Iguaçu até a Rodovia Presidente Dutra (BR-116 Sul), próximo ao Distrito Industrial de Queimados, e à Linha Vermelha (RJ-071) e à Madureira, no Rio de Janeiro.

 

Capacitação profissional

A mão de obra especializada pode ser absorvida das três unidades da Firjan SENAI em Itaguaí, Nova Iguaçu e Santa Cruz, que capacitam profissionais para a indústria em diversos segmentos, como em automação industrial, panificação, mecânica, motores diesel e mecânico de moto, usinagem, metal mecânico, solda e elétrica predial e industrial.