Imagem de plataformas de petróleo na Baía de Guanabara com vista para o Pão de Açúcar

BONS VENTOS PARA
PETRÓLEO, GÁS E NAVAL


Empresariado está confiante no crescimento do mercado em 2024. Confira também o balanço da atuação da Firjan em 2023   

Estado que responde por cerca de 80% da produção nacional de petróleo e gás, concentrando a maior parte dos campos do pré-sal, o Rio de Janeiro entra em 2024 com boas perspectivas de gradual crescimento desse mercado. O otimismo é comum ao empresariado fluminense, diante da perspectiva do início das operações, no segundo semestre do ano, da Rota 3, o gasoduto que escoará gás natural de Santos para o Polo Gaslub Itaboraí, levando ao aumento de demanda por pessoal e inovação tecnológica e movimentando a área em todas as suas vertentes, acredita Cynthia Silveira, presidente do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan. 

 

“O Brasil tem um programa robusto de pré-sal, boas exportações e a expectativa real de crescimento da produção. Foi o primeiro ano do governo federal, a reforma tributária ainda não está completamente definida, mas a Rota 3 aponta para a abertura de novas plantas, ao mesmo tempo em que haverá ênfase em projetos que privilegiem energias novas, com uso de hidrogênio e a instalação de parques eólicos no mar. Será um ano de muitos desafios”, diz Cynthia, à frente do Conselho que reúne 40 representantes da indústria de óleo e gás.   


Há dois anos, a Firjan coopera com a Petrobras, o governo estadual e a prefeitura de Itaboraí para o desenvolvimento do GasLub, que poderá ter projetos petroquímicos integrados a refinarias do Rio, incluindo também fertilizantes, explica Cynthia.   

 Executivos da Firjan, da ONIP e da Petrobras discutem o mercado de petróleo e gás
Raul Sanson, vice-presidente da Firjan, Cynthia Silveira, diretora da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e presidente do Conselho Empresarial de Petróleo da Firjan, e Mariana Cavassin Paes, gerente executiva de Descomissionamento da Petrobras | Foto: Paula Johas


Tornar o Rio de Janeiro um hub petroquímico e de fertilizantes, revertendo a dependência brasileira nessa área, já era uma das principais propostas do estudo Petroquímica: atração de investimentos para o Rio de Janeiro, lançado pela Firjan em março, que evidencia o potencial de desenvolvimento da indústria petroquímica e de fertilizantes no Rio de Janeiro, a partir do uso do gás natural como insumo. Hoje, o agronegócio brasileiro importa mais de 85% dos fertilizantes que utiliza, enquanto o Rio de Janeiro produz 100% do eteno no país, insumo base da petroquímica nacional.   


A proposta da Firjan é que a indústria aproveite parte do gás reinjetado nos poços, o que poderia produzir 932 mil toneladas de polietileno. O estudo destaca também o território fluminense como um hub de atração de investimentos para a nova fronteira energética mundial, o hidrogênio, com diversos projetos em desenvolvimento e com potencial integração com o gás natural.   

Eólica e hidrogênio   

Para Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, em 2024, além dos investimentos em óleo e gás, o mercado dará ênfase ao desenvolvimento de projetos para captação de energia eólica e uso de hidrogênio. Ela destaca que atualmente o resultado final de transporte subsea, no Brasil, tem o processo produtivo limpo. “Devemos procurar rastrear e quantificar o quanto o segmento reduz a emissão de carbono, com uso de etanol e não outros combustíveis nos veículos, dando visibilidade maior a esses processos produtivos que, ao longo de toda a operação, têm energia mais limpa”, comenta Karine.   

O prognóstico otimista para o mercado em 2024 é fortalecido não apenas pela produção de petróleo, que hoje alcança no país 4 milhões de barris/dia, mas pela recuperação da indústria naval, o que também exige a qualificação de profissionais para diversos postos de trabalho. “A Firjan SENAI já responde às demandas da indústria naval. Precisamos de profissionais especializados, mesmo que a inteligência artificial e a automação venham a ser mais empregadas na construção, restauração e desmantelamento de embarcações”, complementa Karine.  

 
Anuário do Petróleo   
 

Informar e orientar o mercado quanto às inovações, oportunidades e pleitos para aumentar a competitividade das empresas fluminenses foi uma das metas da Firjan em 2023. Em julho, o Anuário do Petróleo no Rio 2023 destacava a perspectiva de aumento da parcela de produção fluminense em mais de 90% nos próximos anos, além de análises sobre o mercado, participações especiais e dados dinâmicos em painel interativo.   

“As empresas necessitam de informações rápidas e acessíveis para montar estratégias de atuação neste mercado bastante competitivo. O Anuário traz boas perspectivas com o aumento da produção, gerando desenvolvimento socioeconômico para todos”, destacou Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da Firjan, no lançamento da publicação.   

No fim do ano, foi concluída a sexta edição de “Perspectivas do Gás no Rio 2023”, que será lançada em janeiro. A publicação é resultado do esforço da Firjan e de todas as suas instituições em evidenciar a posição estratégica do estado do Rio no novo ambiente de mercado que está se construindo, tão crucial para a competitividade do país. O estudo traz as análises, informações qualificadas, dados e artigos sobre as oportunidades e o desenvolvimento do mercado de gás natural no Rio de Janeiro e no Brasil.   

Participação em eventos   

Em maio, a Firjan esteve no Pavilhão Brasileiro da Offshore Technology Conference – OTC 2023, em Houston, EUA. Na principal feira de petróleo e no congresso técnico internacional, a Firjan lançou o Painel de Projetos de Energia no Rio de Janeiroem parceria com a Apex, Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e a Secretaria de Energia e Economia do Mar do estado do Rio, apresentando o mapeamento de projetos em andamento, confirmados e potenciais para além de 2030 nos mercados de óleo, gás natural, renováveis e naval.    


Na ocasião, Raul Sanson, vice-presidente da Firjan, enfatizou que o Rio de Janeiro é o hub natural de energia do Brasil, integrando todas as fontes em seu território, da produção de óleo e gás à geração nuclear. Sanson disse ainda que parte do trabalho da Firjan é “destacar os investimentos no estado e atrair novos atores para esse mercado global”.    

Em setembro, a Firjan participou também de outros grandes eventos internacionais, como a Gastech, principal feira de gás natural do mundo, em Singapura, em setembro. Já em outubro, a federação esteve nos Emirados Árabes Unidos para a Abu Dhabi International Petroleum Exhibition & Conference (Adipec), uma das mais importantes exposições do mundo no mercado de petróleo, com mais de 160 mil visitantes de todos os países.

 

Em outubro, a Firjan levou o Painel de Projetos de Energia à OTC Brasil, uma importante conferência de tecnologia offshore do país e do mundo, atualizando a previsão de investimentos para US$ 182 bilhões em mais de 90 projetos nos mercados de óleo, gás, novas energias e naval do Rio de Janeiro. Na OTC Brasil, os visitantes do estande da federação eram convidados a fazer um tour virtual pelos Institutos SENAI de Inovação, a fim de conhecer o que há de mais moderno em qualificação profissional, além de uma sessão de networking para estimular novos negócios. E em novembro, a Firjan celebrou um acordo da Naturgy com a Petrobras, representando uma grande vitória para os consumidores fluminenses.

 

Articulação e defesa de interesses

 

A participação da Firjan na defesa dos pleitos da indústria de Petróleo e Gás fluminense transcendeu as fronteiras do território fluminense. Entre as entidades de análise das estratégias políticas que integra, a federação está nos grupos de Trabalho (GTs) Gás para a Indústria, subsidiando as ações desse tema no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); e no GT Gás para Empregar, que apresentou sugestões de uso de gás natural para o desenvolvimento industrial e geração de empregos. No âmbito estadual, a Firjan participa do trabalho do GT de Eólicas Offshore do Governo do Estado do RJ.

 

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, esteve com Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para entregar o documento “O Brasil tem gás!”, o qual reforça a importância da produção e exploração do gás natural no processo de reindustrialização do país. O documento também traz os pleitos da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, ressaltando a necessidade de regulamentação do mercado e destacando a importância do insumo na transição da matriz energética.

 

Rede de Oportunidades da Firjan aproxima fornecedores de grandes empresas de petróleo

 

Para aproximar empresas e fornecedores, a Firjan promoveu cinco novas edições do programa Rede de Oportunidades, criado em 2022, a fim de permitir que os fornecedores do Rio de Janeiro participem de um mercado com investimentos mapeados de US$ 160 bilhões até o início da próxima década, dando visibilidade à capacidade industrial instalada. Até agora, o programa identificou mais de 3 mil fornecedores potenciais, em encontros com as empresas Nuclep e EBSE, SBM Offshore, Equinor, Jurong Aracruz, Modec, BrasFELS, Origem Energia, Petrobras e 3R.