Sede da Firjan SENAI SESI Petrópolis (Foto: Frederico Mendes da Costa Guajara)

FIRJAN SENAI PETRÓPOLIS E FRIBURGO COMPLETAM 80 ANOS


Há 80 anos, a Firjan SENAI abria suas unidades em Petrópolis e Nova Friburgo, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento tecnológico e industrial dos dois municípios e de suas respectivas regiões, Serrana e Centro-Norte Fluminense. Integrando o maior complexo de educação profissional da América Latina – e um dos cinco maiores do mundo –, a Firjan SENAI é apontada por empresários como essencial para a qualificação profissional na indústria, que costuma recrutar seus quadros entre ex-alunos da instituição.

 

“A maioria esmagadora dos mecânicos, ajustadores, ferramenteiros, certificadores, torneiros e soldadores que trabalham no nosso chão de fábrica passou pelas escolas da Firjan SENAI. Todo o desenvolvimento da indústria ao longo desses 80 anos na região de Petrópolis foi baseado na formação de profissionais pela instituição. A GE Celma não estaria onde está nem poderia hoje almejar voos ainda mais altos de crescimento se não fosse a Firjan SENAI”, ressalta Julio Talon, presidente da Firjan Serrana, que também é diretor-presidente da GE Celma. 

 

A parceria entre a Firjan SENAI e GE Celma começou há três décadas, para formação de mecânicos de motores aeronáuticos, especialidade então inexistente no mercado. A qualificação era adquirida na prática, dentro da empresa, sem uma metodologia de ensino. Foi montado um curso com disciplinas específicas, hoje oferecido no programa Jovem Aprendiz, com 40 a 80 alunos matriculados a cada ano. E, a fim de auxiliar quem conclui o curso de Mecânica Aeronáutica, a Firjan SENAI Petrópolis também prepara para a prova de certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

 

“Além do treinamento teórico e prático, o mecânico aeronáutico precisa prestar a prova da Anac para poder exercer a profissão. Algumas escolas ofereciam essa preparação paralela ao curso, mas agora o aluno da Firjan SENAI já sai com conhecimento para se submeter ao exame da Anac”, explica Talon 

Sede da Firjan SENAI Firburgo, na região Centro-Norte Fluminense (Foto: Firjan)

 

Diferencial para o setor metal-mecânico

 

Já na região de Nova Friburgo, o impulso na indústria metal-mecânica começou a partir da implantação dos cursos da área pela Firjan SENAI, segundo conta Márcia Carestiato, presidente da Firjan Centro-Norte. Ela lembra que muitos dos ex-alunos, depois de formados, abriram seus próprios negócios, fortalecendo a economia não apenas da região. 

 

“A relevância dessa preparação para o setor é imensa. Hoje, a região conta com profissionais de alta qualificação, o que traz competitividade para o estado e para o país. O setor metal-mecânico é importantíssimo, e mantém aqui empresas de grande porte, como a Stam, a maior fabricante de fechaduras e cadeados da América do Sul”, afirma Márcia, que destaca ainda a sensibilidade da Firjan SENAI para perceber a vocação local. “Gradualmente foram abertos outros cursos destinados a panificação, construção, gráfica e, há dez anos, percebendo a vocação local, foi aberto o Espaço da Moda da Firjan SENAI, atendendo a indústria de moda íntima, que aqui mantém 2 mil empresas”, acrescenta.

 

A customização dos cursos, de acordo com as necessidades locais, é um dos fatores a facilitar a preferência por ex-alunos como novos colaboradores nas fábricas, acredita Mauro Alvin, presidente do Sindicato das Indústrias Metal-Mecânicas de Nova Friburgo e Região (Sindmetal) e diretor Comercial da Altec Industrial, situada em Cordeiro. Outras parcerias foram firmadas para atender as carências em qualificação apontadas pelo Sindicato, que reúne associados das cidades de Bom Jardim, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Santa Maria Madalena, Nova Friburgo e Trajano de Morais, que geram em torno de 5 mil empregos diretos.

 

Segundo Alvim, a constante atualização tecnológica dos cursos foi essencial para combater as crises de ausência de mão de obra qualificada na região. “É a melhor parceria do Sindmetal para o crescimento do setor, a atividade econômica que mais emprega na região, depois do comércio e do serviço público. Todo o crescimento do Centro-Norte em metal-mecânica se deve exclusivamente à Firjan SENAI”, afirma.

 

O aproveitamento dos alunos pelas empresas tem sido constante. Há procura frequente por turmas de Jovem Aprendiz de caldeireiros, torneiros mecânicos, ferramenteiros, soldadores, mecânicos de manutenção e operadores de máquinas. O perfil é majoritariamente masculino, embora exista crescimento de mulheres nessas funções. “Recrutamos todos os alunos da última turma de caldeireiros. Quem vive no interior reconhece a importância dessa qualificação”, diz Alvim.

 

Sede da Firjan SENAI SESI Petrópolis (Foto:  Frederico Mendes da Costa Guajara)

 

De jovem aprendiz a diretor da GE Celma

 

Na GE Celma, ocorre o mesmo nível de aproveitamento. Nos últimos cinco anos, a companhia contratou 315 participantes do programa Jovem Aprendiz, realizado em parceria com a Firjan SENAI. O programa é praticamente a porta de entrada na empresa. Ricardo Schmidt, diretor da área Operacional da GE Celma, é um exemplo. Entrou como Jovem Aprendiz, hoje é da diretoria e considera a Firjan SENAI a principal escola técnica da região.

 

“No interior, contar com as unidades da Firjan SENAI garante um bom quadro de pessoal para a indústria, mas sabemos que isso também acontece nos grandes centros. Um ex-aluno do SENAI sempre faz diferença nas equipes. A GE Celma é a maior empregadora de Petrópolis, e os cursos da Firjan SENAI preparam para as particularidades em motores, com disciplinas que vão qualificar aquele aluno profissionalmente”, avalia Schmidt. 

 

André Hutter, gerente sênior de Operações, e Gabriel Kinast, gerente de Revisão de Acessórios, também foram jovens aprendizes. “Existe uma preocupação em preparar o aluno para um ambiente de indústria. Eu tinha uma jornada com aulas nos laboratórios da Firjan SENAI de manhã, e prática na Celma à tarde. O formato das aulas é muito bom, dá confiança e uma bagagem para o recém-formado. Da minha turma, quase todos foram aproveitados pela empresa”, conta Kinast.

 

Hutter, por sua vez, se inspirou no pai e no irmão, que trabalharam na Celma. “Ter sido aluno do SENAI foi fundamental para o meu conhecimento técnico. Nenhuma outra escola de mecânica de aviação tem nível equivalente ao da Firjan SENAI, que oferece uma habilidade prática inigualável para seus alunos”, finaliza Hutter.