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GESTÃO EM SAÚDE COM
INTELIGÊNCIA DE DADOS


Firjan SESI apoia empresas em estratégias de Saúde Integrada, a partir da análise inteligente de dados de Saúde Ocupacional e Assistencial dos trabalhadores  

No Instituto Brasileiro de Oftalmologia (IBOL), na capital fluminense, surpreendeu a informação de que 62% dos colaboradores estavam obesos. Foi verificado ainda que trabalhadores com sobrepeso e obesidade aumentaram o uso do plano de saúde em relação aos demais com peso normal. O cenário gerou ações de promoção da saúde direcionadas ao perfil de trabalhadores da empresa.  

“É muito impressionante e preocupante imaginar que entre um grupo jovem haja 62% com sobrepeso e que mais de 60% não fazem nenhum tipo de atividade física ou esportiva ou sequer se preocupa com a alimentação. Então, a preocupação é mudar essa cultura. E isso só é possível com muita informação”, considera Mario Kandelman, diretor de Operações do IBOL.  

O cenário do IBOL foi analisado pelo setor de Saúde Digital do Centro de Referência em Saúde da Firjan SESI, a partir de dados da saúde ocupacional, do prontuário de fichas clínicas, do exame admissional e periódico e do plano de saúde, de forma anonimizada e em nível populacional.

 

A análise do cenário, com metodologia própria desenvolvida pela Firjan SESI, visa verificar a saúde da empresa para que ela possa direcionar melhor os investimentos e recursos, a partir de um plano de ação baseado nos dados. No caso do IBOL, a empresa recebeu um sumário de saúde com análise preditiva para doenças cardiovasculares e diabetes.

 

Com as técnicas aplicadas pela Firjan SESI, as empresas estão reformulando suas ações de promoção da saúde do trabalhador, realinhando o direcionamento e posicionando melhor o investimento

 

Avaliação sob medida

 

A avaliação das empresas, no entanto, pode ser realizada a partir de diferentes técnicas, de acordo com a necessidade de cada uma. Por exemplo, no estudo desenvolvido para a Orange foram analisados dados preliminares de saúde ocupacional, e na Videplast foi aplicado o Mapeamento de Saúde e Segurança do Trabalhador.  

O mapeamento, chamado de Avaliação de Saúde e Segurança do Trabalhador da Indústria (ASSTI), é um produto do Departamento Nacional do SESI. Ele verifica, além de aspectos demográficos e comportamentais, a cultura de segurança das empresas e fatores que interferem na produtividade do trabalhador, como o absenteísmo.  

O serviço de Consultoria em Inteligência de Dados de Saúde é customizado de acordo com as necessidades do cliente e pode ser incorporado ao portfólio de serviços de Saúde Integrada da Firjan SESI, que vão desde serviços de saúde bucal, psicologia, nutrição, fisioterapia até segurança do trabalho.  

Foco na prevenção

 

No IBOL, a partir do conhecimento do perfil de saúde dos trabalhadores, Kandelman decidiu criar um modelo de atendimento assistencial dentro da empresa, com médico da Firjan SESI orientando de forma assertiva os funcionários para utilizar os insumos oferecidos pela companhia de maneira correta, como o plano de saúde, evitando atendimentos de emergência desnecessários ou uma jornada irregular sem valor para o indivíduo.  

“A doença metabólica e a doença cardiovascular ainda são prevalentes no mundo inteiro. Mas quando a gente observa isso na expressão que foi, no tamanho que foi, isso nos assustou muito”, alerta o diretor do Ibol.  

De acordo com a pesquisa epidemiológica realizada em parceria com a Firjan SESI em 2022, nos próximos 10 anos há 38% de chance de haver um grupo com diabetes tipo 2 numa faixa etária em torno de 40 anos, o que é considerado precoce, de acordo com dados do Ministério da Saúde.  

Após destacar que os dados são essenciais para nortear decisões e que não vê nenhuma tomada de decisão sem análise de dados prévios, Kandelman afirma que quem não aderir à ciência de dados vai navegar na escuridão.  

A empresa ainda promove educação continuada para abordar temas relevantes, para que o colaborador aprenda a se autocuidar, acrescenta o diretor, ressaltando que o resultado está sendo bastante positivo.


 
Sem dados, mais erros  

George Paiva, responsável pelo RH da Orange, integradora digital presente em 221 países, também se surpreendeu com o resultado do estudo realizado pela Firjan SESI na empresa, situada em Petrópolis, Região Serrana do estado do Rio. Apesar de oferecer Gympass (auxílio academia), frutas durante o expediente, plano médico e odontológico, modelo híbrido de trabalho – oito dias no escritório e 12 em casa – e ginástica laboral, entre outros benefícios, 60,9% dos trabalhadores estão acima do peso e 65% sofrem com a qualidade do sono e questões de saúde mental. O sedentarismo atinge 49% dos colaboradores e 42% não passaram por um dentista nos dois anos anteriores.  

“Sem dados, a gente erra muito”, diz Paiva. Para ele, quando se tem acesso aos dados, que chama de “inteligência”, nasce a oportunidade de alinhar o bem-estar dos colaboradores e ser mais assertivo, transformando em investimento o que seria um custo. Isso porque é possível conhecer o que realmente vai gerar engajamento para oferecer ao colaborador e, assim, ter mais chances de reter talentos, entre outros aspectos.  

“Nós não entendíamos a razão de não conseguirmos reter talentos, apesar dos benefícios. Porque não havia um efeito alinhado com o valor do investimento. Então, ele deixava de ser um investimento para ser um custo”, complementa.  

Na Orange, a Saúde Digital da Firjan SESI analisou dados preliminares de saúde ocupacional, sendo possível delinear um cenário com foco nos eixos de obesidade x hipertensão, qualidade de sono x saúde mental e sedentarismo x saúde mental. Esses aspectos foram relacionados à prevalência de doenças preexistentes entre os trabalhadores, fatores de risco modificáveis e proteção e indicadores de saúde bucal.  

Com esse cenário, a empresa reformulou suas ações de promoção da saúde, realinhando o direcionamento e posicionando melhor o investimento. “Criamos o programa Jornada de Bem-Estar, depois de uma reunião em 4 de janeiro de 2024, quando a Firjan SESI apresentou o sumário. O objetivo é consolidar esses dados e começar a repensar os benefícios de uma forma que gere engajamento. Por exemplo, se eu ofereço o Gympass e mais de 60% do meu staff não faz nenhuma atividade física, isso deixa de ser um investimento para virar um custo”, constata o executivo do RH.  

Como parte da Jornada de Bem-Estar, a Orange está adotando um aplicativo chamado Cuidar, em parceria com a Firjan SESI. Ele faz a logística dos exames e vai ser o canal de comunicação com os especialistas de medicina preventiva da Firjan SESI. Os funcionários vão ter acesso às informações a seu próprio respeito e vão poder entender e saber de suas necessidades, para que possam agir preventivamente, evitando problemas no futuro. O aplicativo, em fase de implementação, deve começar a funcionar entre este mês de setembro e outubro de 2024. Os dados serão atualizados anualmente.  

“A Ideia é o funcionário, a partir do momento em que entrar na Orange, ter uma visão de tudo o que ela oferece no próprio onboard, como a questão do cuidado com a saúde mental, que também tem parceria com o SESI, e como utilizar esse programa”, esclarece ele, após ressaltar que a qualidade dos profissionais disponibilizados pela Firjan SESI o motivou a fazer essa parceria.  

“Com informação variada, vamos disponibilizar caminhos para que os colaboradores possam dedicar tempo e se cuidar através do aplicativo Cuidar, onde o SESI vai ser o meu maior parceiro”, anuncia Paiva.  

Mudando culturas  

Aline Lemos da Silva, analista de RH na Videplast, indústria de embalagens plásticas com sede em Três Rios, no Centro-Sul fluminense, concorda com a visão estratégica do uso de forma inteligente dos dados. Sem pesquisa, afirma ela, não há dado concreto e fica mais difícil atuar em qualquer âmbito.  

Na Videplast, a Saúde Digital da Firjan SESI aplicou o Mapeamento de Saúde e Segurança do Trabalhador e realizou uma análise descritiva dos indicadores sociodemográficos, com percepção de saúde e autocuidado, fatores comportamentais, psicossociais, morbidades e de cultura de segurança no trabalho, além de indicadores de produtividade. Foi elaborado um plano de ação junto a uma equipe multidisciplinar, visando melhoria da qualidade de vida e bem-estar do trabalhador, com desfechos mais favoráveis para eles.  

A partir da indicação de sobrepeso ou obesidade, com índice de 63%, a empresa decidiu mudar a refeição ofertada, de modo a transformar a cultura da alimentação inadequada. “Após a apresentação de resultados, em maio pela Firjan SESI, estamos solicitando que o nosso refeitório tenha alimentos mais saudáveis e estamos fazendo campanhas voltadas para combater a má alimentação e estimulando a prática da atividade física”, conta Aline.  

Outro dado que chamou a atenção da empresa foi a revelação de que 21% das pessoas querem fazer atividade física e mudar a alimentação, mas não sabem por onde começar. “Isso mostra que a gente tem um público que, pelo menos, já está pensando em mudar os hábitos”, reflete.  

A ginástica laboral da Firjan SESI também gerou resultado positivo, ao aumentar a adesão dos colaboradores, frente ao trabalho realizado anteriormente. Segundo a analista, a Firjan SESI realiza exercícios específicos, direcionados e variados, que, além dos benefícios físicos, estimula o contato social. O serviço de ginástica laboral da Firjan SESI tem como parte da entrega a análise dos dados com o sistema ASSTI.

 

“Foi uma estratégia bem assertiva. No primeiro ano da ginástica laboral com o SESI, houve uma adesão muito grande, participação muito boa, os colaboradores aceitaram muito bem o trabalho realizado e participam”, comemora.


Fim do achismo


“A inteligência de dados atua em todos os produtos do SESI em relação à promoção da saúde. Tiramos o achismo da cabeça do gestor e colocamos uma evidência baseada em dados, visando a realização do melhor planejamento estratégico para promoção da saúde”, explica Monica Vieira, epidemiologista do setor de Saúde Digital da Firjan SESI. Com foco na saúde do trabalhador, a atuação da Firjan SESI pode ser acoplada a algum produto ou serviço ou em uma proposta de consultoria separada.  

A epidemiologista reforça que não analisa indivíduos, a avaliação é feita em nível populacional. “Verificamos como está o cenário de saúde da empresa, como está em relação a certas morbidades, como hipertensão e obesidade. Avaliamos quais são os pontos mais importantes para que a empresa consiga direcionar melhor os investimentos em relação à promoção da saúde”, finaliza.

 

Investir no trabalhador é investir no desenvolvimento social e econômico. “Elevar a saúde do trabalhador e a produtividade da indústria é a nossa missão. Com serviços de saúde ocupacional, promoção da saúde e segurança do trabalho, nós contribuímos para uma indústria mais segura, saudável e produtiva”, acrescenta Juliana Fontanezi, coordenadora Operacional de Saúde Digital da Firjan SESI.

 

As empresas associadas Firjan/CIRJ possuem preços especiais nas soluções integradas que inserem a segurança e a saúde no trabalho e a promoção da saúde no planejamento estratégico das empresas.