Conheça acima os principais dados coletados pela Pesquisa Firjan ESG 2023 por critério
Publicado em 22/11/2023 - Atualizado em 22/05/2024 11:58
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Ternium e Porto do Açu são exemplos de empresas ouvidas na Pesquisa Firjan ESG 2023
Um foco crescente no critério Governança foi percebido na Pesquisa Firjan ESG 2023, lançada pela federação no Rio Construção Summit. A questão da governança foi a que mais aumentou entre as empresas consultadas e está sendo adotada por 61% delas. Na siderúrgica Ternium, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, esse critério é considerado muito forte. “Um aspecto que a gente destaca é realmente a transparência. Toda vez que há algum acidente ambiental, por exemplo, com repercussão externa, comunicamos isso de forma proativa e sem ser requisitado pelo órgão ambiental. Representa nosso dia a dia, nossos desafios”, declara Pedro Teixeira, vice-presidente da Ternium.
O executivo explica que a diretoria discute qual é o conteúdo da informação, mas não se deve ou não informar. A empresa segue seu Código de Conduta, revisado periodicamente. “Ele direciona as melhores práticas em relação a todos os assuntos relacionados à ética e à transparência. Acreditamos que construir uma cultura de transparência e integridade corporativa é a melhor maneira de tocar as nossas atividades. Todo nosso relacionamento com as comunidades vizinhas e com as autoridades é baseado na transparência”, pontua.
ESG: “S” de social
Já em relação ao Social, 88% das multinacionais adotam esse critério nas suas metas. A Ternium, entre outros programas, está desenvolvendo o projeto de construção de uma escola técnica em Santa Cruz, num investimento total de R$ 210 milhões, que vai atender 576 alunos do Ensino Médio a partir de 2025, integrada à rede oficial pública do estado do Rio. “O objetivo é que a escola receba alunos da região onde há uma carência de oferta. Vamos qualificar esses jovens e dar outra oportunidade de vida a todos eles”, garante Teixeira.
No Porto do Açu, em São João da Barra, município do Norte do estado, a área de desenvolvimento regional se preocupa para que toda operação maximize impactos sociais positivos. São realizados programas para a cadeia de fornecedores e o empreendedorismo, com engajamento social da comunidade.
“Os ‘Diálogos Firjan SENAI’ de aproximação com o público servem para ouvir e calibrar as atividades. Em relação à diversidade, inclusão e equidade, é prioritário o amadurecendo dessa agenda. Vamos trabalhar, com as 21 empresas que atuam no Porto, a diversidade de gênero, raças e minorias, como PcD (pessoas com deficiência)”, explica Fernanda Sossai, gerente geral de Desenvolvimento Portuário do Açu.
O Programa de Desenvolvimento objetiva que as minorias assumam cargos de liderança nas empresas do Porto do Açu. Recentemente, o projeto Por Todas garantiu a contratação de mulheres locais nas operações portuárias.
Ênfase no ambiental
O Porto do Açu atua de forma ampla na agenda ESG, mas entende ter no ambiental um desafio natural ligado à atividade. Esse critério é observado por 76% das indústrias pesquisadas pela Firjan em 2023. “A ação de conservação da biodiversidade é responsável pela reserva ambiental nas áreas terrestre e marinha. A transição energética, ligada às mudanças climáticas, é outro grande tema. Queremos descarbonizar, diminuir a pegada de carbono. Por isso, o Plano de Desenvolvimento do Porto prevê atrair atividades de baixo carbono”, enfatiza Fernanda, que também é vice-presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan.
De acordo com ela, a descarbonização está baseada em três pilares: ações de curto, médio e longo prazos. E incluem atrair energia renovável e de baixo carbono para eletrificação de equipamentos e substituir combustíveis fósseis para os de base limpa, também nas embarcações. Outro ponto é o abastecimento de água, com fontes alternativas. As fontes naturais são do aquífero subterrâneo. O reúso industrial de água é de 80% em todo o complexo. O Porto do Açu utiliza também água do mar. Ainda nesse aspecto dos critérios ESG, é praticado o controle ambiental de cargas de graneis.
“Por sermos uma empresa jovem, de nove anos, já nascemos num contexto em que sustentabilidade e as legislações referentes estão mais avançadas. Desde o projeto do Porto, olhamos como aumentar a competitividade sendo mais sustentável. Mais recentemente, o mundo, os mercados e os negócios estão mudando. A gente começa a promover a sustentabilidade de uma forma mais madura. Não existe mais sobrevivência de negócio se você não incorpora esses conceitos. Somos gestores de desenvolvimento”, reforça Fernanda.
Centro de Monitoramento Ambiental da Ternium, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Foto: crédito: Marco Antônio Teixeira /Divulgação)
Meio ambiente e transparência se unem na Ternium, que estimula visitas à unidade. Na entrada da siderúrgica, uma sala com telas mostra dados da produção: como está a emissão do alto-forno; como estão os efluentes, por exemplo. Tudo organizado e disponível. “A visita começa pelo Centro de Monitoramento Ambiental. Isso é a maior expressão da confiança que temos no que fazemos com respeito ao meio ambiente e aos vizinhos. É a qualidade do ar que eles respiram, que nós respiramos. A agenda ESG é uma prioridade. Enfrentamos o desafio de desenvolver uma empresa regional, com foco nas Américas, e baseada sempre na sustentabilidade, no desenvolvimento de sistemas e processos industriais eficientes, inovadores e integrados”, acrescenta Pedro Teixeira.
Segundo Marco Saltini, vice-presidente da Firjan CIRJ, a crescente relevância dos temas ESG aponta para uma necessária agenda de transformação em direção a um novo modelo de desenvolvimento econômico. “Absorver práticas dessa agenda nas estratégias de negócios é uma realidade sem volta, e uma jornada compartilhada entre as empresas e suas partes interessadas, para alcançar a sustentabilidade”, ressalta.