Publicado em 28/06/2024 - Atualizado em 01/07/2024 11:13
PROTOTIPAGEM E OURIVESARIA
EM ALTA
Cursos de joias da Firjan SENAI oferecem conhecimento lucrativo
Quase 100% das indústrias de joias trabalham com modelagem 3D e prototipagem, abrindo um amplo leque de oportunidades para especialistas no setor. Essa tecnologia impulsionou o mercado, ao facilitar o trabalho do design, viabilizar projetos anteriormente inviáveis manualmente e possibilitar uma maior precisão no processo da produção, além de gerar economia. O ambiente favorável ao mercado intensificou a criação de cursos de modelagem 3D de joias e bijuterias, além dos de ourivesaria e designer de joias oferecidos pelo Centro de Referência em Joalheria da Firjan SENAI, no Maracanã.
A capacitação em modelagem 3D em joias forma profissionais com habilidades para trabalhar num grande varejista, numa indústria, ou ainda por conta própria. “O curso é bem amplo e capacita para a necessidade do mercado. Além de trabalhar numa indústria, o aluno pode empreender, montar um birô de impressão 3D ou atuar como designer freelancer”, orienta Carla Pinheiro, presidente do Sindicato das Indústrias da Joalheria e Lapidação de Pedras Preciosas do Estado do Rio de Janeiro (Sindijoias), ao ressaltar que 100% dos produtos da sua fábrica, a Art’Lev Design de Joias, produzidos sob demanda, passam pela etapa inicial de modelagem 3D e prototipagem para facilitar e agilizar o processo de produção.
Futuro com mais mulheres no setor
A Art’Lev, de Carla Pinheiro, é uma das empresas que utiliza a tecnologia 3D para facilitar e agilizar o processo de produção. “A tecnologia impulsionou o mercado de joias, porque facilitou o trabalho do design, favorecendo o processo de modelagem e mantendo o lado artístico. Antigamente, o protótipo era feito manualmente no ouro, na prata ou na cera. Era lento e com menores precisão e possibilidade na criação”, acentua, após lembrar que a indústria de joias foi o segundo segmento industrial a utilizar a impressão 3D, atrás apenas do movimento da indústria automobilística.
Carla Pinheiro, que também é fundadora e presidente do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan, diz que, hoje, mais de 90% das indústrias de joias são geridas por homens, mas, se depender da tendência observada em cursos da Firjan SENAI, onde a presença feminina cresceu, essa realidade deve seguir um novo caminho. Atualmente, em turmas de 24 alunos, 50% são mulheres.
De acordo com a empresária, as mulheres que trabalham na produção de joias utilizam toda uma tecnologia embarcada. A também diretora da Firjan faz questão de destacar outra vantagem da prototipagem 3D: a antecipação do visual fidedigno da peça final, com a renderização. “Isso permite adicionar mais pontos de aprovação ao projeto, com informação mais clara do produto final”, avalia.
A prototipagem trouxe ainda a economia do metal. Segundo a empresária, é possível fazer peças na prototipagem de espessuras mais finas, obtendo o mesmo resultado, o que promove economia no peso. “São peças mais leves com o mesmo visual”, esclarece. Alguns projetos que antigamente eram inviáveis, porque não era possível prototipar manualmente, foram facilitados e viabilizados com a impressão 3D. Dessa forma, foi inserida maior possibilidade em criação e criatividade, com a mais precisão, facilitando o processo da produção.
A grande novidade da prototipagem no mundo está vindo da Inglaterra e da Itália, de acordo com a empresária. São as primeiras máquinas criadas para fazer a prototipagem em ouro. Segundo explica a presidente da Ajorio, “a impressora 3D já em ouro vai ser uma nova revolução, porque é possível sair do processo de moldagem e ter a peça impressa diretamente”.
Curso em 3D online
O curso profissionalizante de modelagem 3D da Firjan SENAI, que abre turmas novas no segundo semestre, possui tecnologia de ponta e professores altamente capacitados. As aulas presenciais são realizadas na Escola de Joalheria, reinaugurada em 2017, na unidade Maracanã da Firjan SENAI. Oferecido predominantemente no modelo à distância, o curso de modelagem 3D funciona com duas horas online acompanhadas pelo instrutor e outras duas horas para autoestudo. As aulas ficam gravadas para serem revistas sempre que necessário.
A capacitação permite que o aluno aprenda as ferramentas para modelar peças com qualidade e características de joias. “No curso de modelagem 3D de joias os alunos aprendem todas as ferramentas dos softwares Rhinoceros 8 e Grasshopper de modelagem 3D para construção de joias ou bijuterias com qualidade; as características da joia; e as espessuras usadas nelas, em um estudo que trabalha com alta precisão, com décimos de milímetro”, enfatiza Eliana Rossi Barbosa Andrello, especialista técnica do Centro de Referência em Joalheria da Firjan SENAI.
A capacitação permite o empreendedorismo ou o trabalho em uma indústria. “Pode ser um profissional criativo na utilização da técnica em 3D para modelar as suas peças, as suas criações ou mesmo transformar um briefing ou um croqui em uma modelagem 3D. É um conhecimento importante que pode ser altamente lucrativo”, avalia Eliana.
Solicitações de matrículas para os cursos podem ser feitas pelo email: labjoias@firjan.com.br
WorldSkills Lyon
Do completo desconhecimento do assunto à possibilidade de conquistar uma medalha de ouro na França, Geovana de Oliveira Corrêa, de 18 anos, traçou uma trajetória de sucesso. Após seis meses no curso de ourivesaria no Centro de Referência em Joalheria da Firjan SENAI e mais de um ano de treinamento, a jovem está classificada para o WorldSkills Lyon, na França, que será realizado entre 10 e 15 de setembro, para concorrer ao prêmio máximo da Olimpíada Internacional de Joalheria.
A candidata ao ouro confessa ter se apaixonado pela atividade à primeira vista, ao conhecer o curso de ourivesaria da Firjan SENAI, no Ensino Médio. Ela foi convidada após despertar a atenção de um professor para suas habilidades manuais, evidenciadas na produção de peças em origami. “Dar vida ao projeto, reproduzir a peça que está no papel é o que mais gostei de aprender no curso de Joalheria da Firjan SENAI”, destaca a representante oficial do Brasil em Lyon.
Geovana está otimista e empolgada para desenvolver na competição um desenho em cima de um tema e, depois, reproduzi-lo no metal, criando um design em uma peça de ouro de cerca de 20 centímetros. A maior competição de educação profissional do mundo vai levar 64 competidores do Brasil, distribuídos em 56 ocupações profissionais ligadas à indústria e ao comércio.
O trabalho artesanal da Geovana vai ser avaliado por um comitê internacional da competição a partir de critérios pré-definidos, segundo Adilson Dantas, especialista da Educação Profissional da Firjan SENAI, responsável pela Joalheria no WorldSkills há mais de dez anos. A análise leva em conta fundamentos que valorizam a questão cultural e a justificativa do trabalho. O tema da competição só será conhecido dois dias antes da semana em que a peça será produzida.
Adilson disse que o sucesso de Geovana “faz parte da missão da Firjan SENAI, que visa ter um processo de educação inovador que estimule os alunos cada vez mais a buscar educação profissional como uma ferramenta de cidadania e autonomia. É uma vitrine internacional que demonstra a nossa capacidade técnica de poder formar pessoas com alto desempenho profissional para a indústria”, pontua Adilson.
Segundo o especialista, a olimpíada é uma oportunidade para os alunos da Firjan SENAI, que já conquistou dois ouros em edições anteriores. “Essa e outras competições internacionais são ferramentas de alavancagem de carreira para o jovem e oportunidades de trabalho, tanto nacional como internacional”, enfatiza. Alguns ex-alunos participantes da competição já estão trabalhando dentro e fora do Brasil, como na Europa e em Dubai.
O curso de ourivesaria da Firjan SENAI, que capacita o aluno a criar modelos únicos, personalizados, com formação sólida, é totalmente presencial. Nele, é abordado o conhecimento de toda a trajetória da joia, não só do trabalho específico na banca, mas também da jornada criativa e a importância histórica dela.
“Os alunos aprendem história da arte, matemática aplicada à joalheria, metalurgia, fundição; ou seja, todos os processos que estão envolvidos em fazer uma joia. Porque é muito comum, e sempre foi uma grande dor dentro da indústria, aquele profissional que só sabia fazer parte do processo”, informa Eliana Andrello, que está orgulhosa com a conquista da ex-aluna Geovana.
O curso, com instrutores experientes, ensina joalheria clássica, com técnicas bem consolidadas, trazendo inovação e tecnologia. “A indústria hoje tem uma carência dessa mão de obra bem formada, com bons profissionais e esse é um dos objetivos do Centro de Referência em Joalheria. Entregar esse profissional com formação sólida e qualidade profissional técnica muito alta, competente tanto para empreender como para ingressar numa indústria”, acentua a especialista da Firjan SENAI.