
Publicado em 06/06/2025 - Atualizado em 09/06/2025 10:09
APRENDIZES TÉCNICOS
MOVEM A INDÚSTRIA
Jovens são capacitados, qualificados e preparados pela Firjan SENAI para assumir vagas com a missão de ajudar a modernizar a indústria
De um lado, jovens em situação de vulnerabilidade querendo uma oportunidade; do outro, empresas com vagas abertas, a procura de profissionais qualificados. Para solucionar essa equação entra em cena a Firjan SENAI com o programa Jovem Aprendiz, que disponibiliza ensino profissional, de níveis técnico e básico, para atender empresas no estado do Rio de Janeiro. Em 2024 foram mais de 20 mil matriculados, mas até conquistar uma vaga existe um processo seletivo bastante disputado.
Para ingressar, por exemplo, como jovem aprendiz na Petrobras, o candidato passa praticamente por um vestibular. Em 2024, mais de 57 mil estudantes entraram na disputa e, ao final, 1.045 vagas foram preenchidas. Já houve seleção que atraiu 120 mil inscritos. O programa Petrobras Jovem Aprendiz destina-se a jovens de 14 a 24 anos, cursando a partir do 7º ano do Ensino Fundamental ou com Ensino Médio completo, contratados por um período de até 20 meses ou até completar a idade limite.

“Percebemos uma demanda de empresários para aumentar o nível de formação profissional porque a indústria está avançando, tanto tecnologicamente quanto em processos,” conta Edson Melo, gerente de Educação Profissional da Firjan SENAI, explicando que, a partir de 2021, a Firjan SENAI criou o programa de Aprendizagem Industrial em Nível Técnico para empresas.
O objetivo do programa é aumentar a atratividade do curso para os jovens e “ao mesmo tempo fortalecer o caráter educacional da aprendizagem em sintonia com o contexto do avanço tecnológico, ampliando as possibilidades para as indústrias fluminenses”, analisa Melo.
Desde o início, o programa tem crescido, e atualmente quase 3 mil alunos, em todo o estado, estão em cursos de aprendizagem industrial em nível técnico para serem absorvidos pelas empresas fluminenses. “Como as indústrias estão investindo mais em tecnologia, há necessidade de contratar profissionais com formação mais elevada”, diz o gerente da Firjan SENAI.
Melo explica que, ao mesmo tempo, as vagas em cursos precisam estar alinhadas à demanda de contratação da região. Por isso a Firjan SENAI acompanha os movimentos industriais por região, com destaque para o Norte do estado do Rio, no mercado de petróleo, gás, energia e naval. Já o Sul, destaque para o setor automotivo e siderúrgico; a Região Serrana e Centro-Norte, para vestuário; e a Baixada Fluminense é múltipla, com química, cosméticos, petróleo, plástico, logística e serviços, além da tecnologia da informação que transversalmente é demandada pela indústria em todo o estado.
“A oferta de cursos depende da empregabilidade de cada região, mas aqui temos que ser visionários e preparar os alunos para atividades que tendem a crescer no futuro próximo. Temos que saber qual será a demanda para daqui a três, quatro anos”, avalia Edson Melo. A metodologia SENAI de Educação Profissional prevê processo amplo de estudos de prospecção, análise de mercado e escutas junto aos contratantes e especialistas, conforme o setor.
A Firjan detectou que a elétrica tem sido uma área muito requisitada: pode-se trabalhar na indústria, no comércio e em serviços, pois há uma amplitude para empresas de fornecimento de energia. Mecânica também é uma formação transversal, podendo o aluno atuar em manutenção industrial, usinagem mecânica e outros setores. Outras áreas são a logística, atividade que cresce muito no Rio de Janeiro, e a tecnologia da informação.
Analista de TI começou no Jovem Aprendiz
Um exemplo de profissional bem-sucedido, após passar pelo Jovem Aprendiz, é Arthur Adriano Pinheiro, que há 13 anos sonhava em aprender programação e desenvolvimento de sites. Hoje é analista de TI, com nível superior. Ele também fez curso técnico na mesma área e de qualificação em webdesign e em desenvolvimento de sistemas e multimídia. Ainda estudante representou a Firjan SENAI numa Olimpíada do Conhecimento e ficou em sexto lugar entre os melhores do Brasil. Logo após, recebeu diversas ofertas de emprego. Todo esse caminho começou no programa Jovem Aprendiz na Firjan SENAI Maracanã, em 2012, quando tinha 17 anos.
“Meu primeiro contato com a Firjan SENAI foi através do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Procurava um curso técnico voltado para programação. No decorrer do curso, soube da abertura de um edital para Jovem Aprendiz na Firjan SENAI Maracanã. Fiz o processo, consegui passar e entrei. Ficava o dia todo lá na unidade. De manhã na escola, à tarde no Jovem Aprendiz e à noite no técnico”, conta Arthur, que é hoje analista de sistemas na Firjan.
Arthur destaca que o Jovem Aprendiz foi importantíssimo para abrir as portas do mercado de trabalho. “Fiquei deslumbrado com todo o conhecimento que adquiri e que fez todo sentido para a minha vida profissional. Cada aula eu queria aprender mais e ao mesmo tempo queria ir para o mercado para ver como era realmente”, relembra.
O analista de TI passou por várias empresas, investiu em networking e, após concluir a faculdade, foi contratado pela própria Firjan. “Toda essa base que eu tenho começou lá atrás no Jovem Aprendiz. Recebi ofertas de emprego e hoje eu faço parte da Firjan, onde estou realizado”, comemora.
Parceria Petrobras e Firjan SENAI
A Petrobras é uma das empresas que mais recruta jovens aprendizes. O acesso é feito por inscrição após publicação em edital. Os critérios para escolha começam com avaliação de documentos e comprovação de quesitos que atestam a situação econômica e de vulnerabilidade.
“Os jovens aprendizes recebem um salário-mínimo por mês e vale transporte, com uma carga horária de 4 horas por dia. No fim da jornada, saem com certificado ou diploma de conclusão de curso técnico. Ele segue com o ensino escolar regular e ao mesmo tempo se dedica ao aprendizado profissional na Firjan SENAI”, informa Lucas Gomes, gerente dos Programas de Estágio e Aprendizes da Petrobras.
Marcelo Amorim Mendes, 23 anos, é técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações na Petrobras. A trajetória dele também começou no Programa Petrobras Jovem Aprendiz. Hoje cursa engenharia elétrica e trabalha na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), onde espera ganhar experiência e concluir a graduação em engenharia elétrica. “Entrei no projeto em 2021, com 19 anos. O tempo como Jovem Aprendiz me apresentou à Petrobras, criando em mim a vontade de ingressar na empresa”, diz Marcelo Mendes.
Para a gerente executiva de Recursos Humanos da Petrobras, Lilian Maria Louzada Soncin, o programa Petrobras Jovem Aprendiz, em parceria com a Firjan SENAI, é uma iniciativa estratégica que expressa o compromisso da empresa com a transformação social e com a formação de uma nova geração de profissionais preparados para os desafios do mercado de trabalho.
“Com essa iniciativa contribuímos ativamente para a inclusão de jovens, com atenção especial àqueles em situação de vulnerabilidade social, além de pessoas com deficiência, criando oportunidades concretas de desenvolvimento pessoal e profissional”, destaca.
Lilian Soncin ressalta que, ao promover a inclusão desses grupos, a empresa reforça seu compromisso com a diversidade, equidade e com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Essa ação está profundamente alinhada aos valores da Petrobras, em especial ao cuidado com as pessoas e ao comprometimento da empresa com o país.
“Para a Petrobras, o programa Petrobras Jovem Aprendiz é muito mais do que o cumprimento de uma exigência legal – é uma ação estruturante que reafirma nosso papel como agente de transformação social e promotor do desenvolvimento humano e profissional em larga escala”, conclui a gerente executiva.