Publicado em 24/08/2023 - Atualizado em 18/01/2024 09:17
MAIS NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS
ENTRE BRASIL E SUÍÇA
À frente da maior delegação de empresários, investidores e pesquisadores suíços que já veio ao Brasil, Guy Parmelin, ministro de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa da Suíça, espera que essa incursão leve ao aumento de parcerias entre os dois países nos campos de inovação tecnológica, educação e sustentabilidade. O Brasil é o principal parceiro econômico da Suíça na América Latina. Atualmente, há 660 empresas suíças instaladas no Brasil. Depois de se reunir com políticos brasileiros, entre eles o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro participou de um evento na Casa Firjan, quando empresários brasileiros e suíços analisaram em painel as possibilidades de investimentos sustentáveis no Rio de Janeiro. Em entrevista à Carta da Indústria, Guy Parmelin disse acreditar que a Suíça, um dos dez países que faz mais investimentos no Brasil, está pronta para trocar experiências em práticas sustentáveis. O ministro já havia estado no Rio em 2016, para os Jogos Olímpicos: “Conheci a cidade por outro ângulo”, comentou o ministro.
CI: O que motivou essa visita da maior delegação empresarial e de investidores da Suíça?
Guy Parmelin: O principal objetivo é o fortalecimento de nossas relações econômicas e comerciais com o Brasil, abrindo oportunidades para mais empresas suíças atuarem no país, principalmente no setor de infraestrutura. Ao mesmo tempo, queremos aprofundar a cooperação em educação, pesquisa e inovação. A delegação é composta também por cientistas e pela Swissnex, agência suíça de inovação, exatamente por esse interesse no intercâmbio de conhecimento em áreas além da inovação tecnológica, um setor que evolui com muita velocidade.
CI: Dois grandes temas tratados nesse encontro na Firjan são inovação e infraestrutura. Essas são as principais áreas que estão no radar dos investidores?
Guy Parmelin: Em todas as nossas conversas com políticos e empresários, vimos que o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura, e que temos condição de estabelecer cooperação em inovação e em sustentabilidade. Visitamos também a Fiocruz, uma entidade de interesse para a nossa indústria farmacêutica e de relevância central para o Complexo Industrial da Saúde. Ficamos muito bem impressionados com o conhecimento dos políticos sobre a estrutura do estado e os projetos tecnológicos.
CI: Quais as expectativas em relação ao acordo Mercosul-EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio)?
Guy Parmelin: A negociação do acordo, iniciada em 2017, foi concluída em 2019. No momento, estamos na fase de legal scrubbing (análise jurídica) e, posteriormente, passaremos à fase de aprovações nos âmbitos nacionais e, por fim, de ratificação. Acredito que o acordo venha abrir um diálogo maior, trazendo mais oportunidades futuras de definir objetivos colaborativos em ciência, educação e tecnologia, sempre com uma visão de sustentabilidade. Esses acordos têm que evidenciar que a população sempre seja o maior beneficiário de qualquer investimento. Daí a importância de investir em sustentabilidade. Nossa prioridade é o benefício das pessoas.
Com um PIB de US$ 1,1 trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços. Com outros 29 acordos comerciais já firmados, os quatro países do bloco estão entre os maiores PIB per capita do mundo e conformam mercado consumidor de grande relevância global.