BRASIL: REINDUSTRIALIZAÇÃO
EM PAUTA


Presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada – Infraestrutura (Sinicon), Cláudio Medeiros foi taxativo ao destacar a importância dos investimentos públicos e privados em infraestrutura pesada no país como forma de retomar a economia e o crescimento brasileiro. “A infraestrutura, a construção pesada está no dia a dia do cidadão. São as grandes obras, como estradas, aeroportos, usinas, por exemplo, que movimentam 64 setores na cadeia produtiva, como a têxtil na confecção de uniformes; tintas; material de consumo e de produção. Todo esse conjunto gera emprego e renda, que retorna na economia do município, dos estados e do país”, acrescentou.

 

Cláudio Medeiros participou da mesa-redonda ‘Diálogo público+privado – como a construção civil pode apoiar a neoindustrialização do Brasil?’, no segundo dia do Rio Construção Summit, maior evento de construção do país, que ocorre no Rio de Janeiro. Rodrigo Navarro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), e Alberto Machado Neto, diretor executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) também participaram do encontro, mediado por Renato Correia, presidente da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

 

Alberto Neto lembrou que o país exporta 25% em bens capitais. “A indústria brasileira tem plenas condições de se expandir no mercado internacional com equipamentos com alto valor agregado, gerando mais renda para o país. E, internamente, também podemos atender às grandes obras de infraestrutura como também a construção civil, fortalecendo a geração de empregos”, afirmou.

 

Renato Correia destacou a necessidade da aprovação das reformas estruturantes – Tributária, Administrativa e atualização da Trabalhista – para a retomada do crescimento brasileiro, o que foi ratificado pelos demais painelistas. O grupo também destacou a necessidade do controle de juros, o combate ao Custo Brasil, a desburocratização e a implementação da transição energética.

 

Falando para o público de estudantes na plateia, os debatedores destacaram a importância da capacitação profissional e investimentos em novas tecnologias, robotização e inteligência artificial.

 

Obras de saneamento

 

Já o modelo de concessão do saneamento básico concedido pelo governo do estado do Rio de Janeiro para empresas privadas, a partir de 2021, foi destacado no debate ‘Novos Investimentos em saneamento – oportunidades para o setor da construção” como oportunidades de obras e novos negócios tanto no estado fluminense quanto em outras unidades da federação, que também passam por processo de concessão do sistema de saneamento e fornecimento de água. O encontro reuniu o diretor de Engenharia da Águas do Rio, Ricardo Bueno, e o chefe de Departamento de Estruturação de Projetos de Saneamento do BNDES, Guilherme Mendonça. A moderação do debate foi de Jerson Kelman, professor e pesquisador da COPPE/UFRJ.

 

Guilherme Mendonça pontuou que a concessão promovida pelo Rio de Janeiro tornou-se referência para outros estados, mas que para cada modelagem há especificações próprias de cada município ou estado. Segundo ele, o BNDES, além de atuar como o grande financiador de infraestrutura no país, também auxilia nos projetos regionais, buscando a melhor solução jurídica para a execução das concessões públicas.

 

Ricardo Bueno destacou que a Aegea, controladora da Águas do Rio, atua em 350 municípios no país, participando de grandes projetos de saneamento. Para isso, afirmou a necessidade aumentar sua carteira de fornecedores em todo o país, além de contratação de mão de obra local. “Movimentamos muito a cadeia produtiva com parcerias locais. Isso gera renda e emprego para todos”, afirmou Bueno.