Trabalhadores no canteiro de obras

NITERÓI: OBRAS NO CENTRO
PROMETEM INVESTIMENTOS


O projeto de revitalização do Centro de Niterói segue uma tendência das grandes cidades no Brasil e no mundo. Recentemente foi lançado o do Rio de Janeiro. Em Niterói, onde estão previstas parcerias público-privadas (PPPs) para obras de integração do Caminho Niemeyer à região central, um dos objetivos é atrair moradores para essas áreas. Um dos projetos envolve a urbanização e a requalificação de 65 mil metros quadrados onde funcionava um supermercado e que atualmente é utilizada como estacionamento. As medidas já estão mobilizando construtoras, que começam a erguer prédios residenciais na região.  

 

Uma delas é a Cury Construtora, que lançou o Niterói Rio Branco 220, um condomínio residencial com 711 unidades de um ou dois quartos e loja no térreo, o que é estimulado pela prefeitura. “O projeto Niterói tem o mesmo perfil da iniciativa da capital: atrair o morador para uma região com facilidade de transporte, serviços e próxima às principais ruas de comércio e shopping. As regiões mais centrais tendem a ganhar valor, não só pelas transformações da prefeitura, mas porque a mobilidade é importante”, analisa Leonardo Mesquita, vice-presidente da Cury. 

 

Como a região está em processo de revitalização, neste primeiro momento a Cury está oferecendo unidades mais compactas para a abertura de mercado. Mesquita acredita que a tendência é no futuro projetar tipologias maiores. Esse primeiro prédio deve ser concluído em um ano e nove meses e terá financiamento da Caixa.  

 

Projeto do residencial da Cury Construtora com o Caminho Niemeyer em frente | Foto: Divulgação/Cury

 

As obras de integração do Caminho Niemeyer devem ser entregues em novembro, quando Niterói completa 450 anos. A expectativa da Prefeitura é que sejam licenciadas três mil unidades habitacionais na área até 2024, gerando R$ 4 bilhões em investimentos imobiliários na região nos próximos dez anos. A estimativa é que o Centro 450 gere 2.400 empregos diretos e 3.600 indiretos. 

 

Ricardo Guadagnin, presidente da Firjan Leste Fluminense, está otimista com as mudanças. “A revitalização do Centro vai contribuir para a melhoria do ambiente de negócios, da segurança e da utilização desse espaço tão importante para a história de Niterói e do Rio. É uma área nobre que já tem toda uma infraestrutura instalada, que vai abrigar interesses de habitação e empresarial. Um grande avanço porque está muito próximo aos modais de ligação com o Rio: a Ponte Rio-Niterói e as Barcas”, resume. 

 

Marcelo Kaiuca, presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan, avalia que além das moradias, o projeto prevê melhorias na mobilidade urbana: “É um projeto bastante interessante. Haverá reforma de calçadas, ruas, asfaltamento, criação de redes subterrâneas de abastecimento de água, de gás, de ciclovias e de drenagem. Isso tudo vai mexer no setor de construção civil e de infraestrutura, gerando emprego e renda no município e no estado. As pessoas vão consumir mais, movimentando mais a indústria do Rio de Janeiro”.

 

 

A revitalização da área central de Niterói abrange também o bairro de São Domingos e uma integração com a Alameda São Boaventura, além da reinauguração do Mercado Municipal, que será um centro comercial e cultural. Haverá ainda a reforma do porto, que receberá dragagem para aumentar o calado, de acordo com Sérgio Yamagata, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção, Engenharia Consultiva e do Mobiliário de Niterói a Cabo Frio (Sindicem).  

 

“O Centro é muito comercial e à noite a cidade vai se apagando, o que aumenta a insegurança. Essas obras vão movimentar a região; e os primeiros resultados virão a curto prazo: vai gerar mão de obra, renda e mobilizar a indústria da construção, de artefatos de cimento, tijolos, louças. Vai ficar um cartão postal para o conjunto de Niterói”, avalia Yamagata, que também é vice-presidente da Firjan Leste. 

 

OI
Ilustração de como ficará o Centro de Niterói após a revitalização | Foto: Divulgação/Prefeitura de Niterói