INVESTIMENTOS EM
OBRAS AEROPORTUÁRIAS


Os pós e contra das concessões de terminais aeroportuários e os investimentos em obras em aeroportos concedidos no país foram temas da mesa-redonda ‘Investimento em obras aeroportuárias’ ocorrida no primeiro dia (19/9) do Rio Construção Summit, maior evento do setor no Brasil, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. Mediado pelo diretor da FGV Transportes, Marcos Quintela, o encontrou reuniu o conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), Paulo Coutinho, o CEO da Zurich Airport America Latina, Tobias Market, e o CEO da Pax Aeroportos, Rogério Prado.

 

Responsável pela construção do novo aeroporto de Florianópolis (SC), há seis anos, e pela administração do terminal, a Zurich está construindo a nova pista do aeroporto de Macaé (RJ), com o terminal em operação, além de administrar os aeroportos de Confins (MG) e de Natal (RN). “A construção de um terminal é muito desafiador, mas também algo especial, que exige trabalho constante para evitar uma explosão de custos”, disse Tobias Market.

 

Ele acrescentou que a análise de edital de concessão de um aeroporto é fundamental para o sucesso da operação e que a relação com os órgãos reguladores colaborou para que as operações no Brasil ocorressem da melhor forma possível. “Apesar de não ser possível mudar os contratos, pode-se modernizar. Conversamos com a ANAC e o TCU, e hoje a relação é fluída e perfeita”, afirmou Market.

 

Paulo Coutinho, do Sinicon, fez uma breve retrospectiva das concessões aeroportuárias ocorridas desde 2011, quando a Infraero começou a se desfazer de diversos terminais em todo o país. De lá para cá, foram 59 terminais licitados, com diversas modelagens, com aspectos negativos e positivos.

 

“No início, a Infraero era sócia obrigatória, depois deixou de ser. O mercado foi ficando mais maduro e houve avanços na questão da outorga fixa para variável. A pouca flexibilidade dos contratos por parte do poder concedente também prejudicaram as operações, principalmente na pior crise econômica vivida pelo país entre 2015 e 2016”, disse Coutinho.

 

O conselheiro do Sinicon ressaltou ainda que agora há poucos terminais a serem licitados, dificultando o interesse das empresas privadas. Segundo ele, o Santos Dumont, no Rio, é o chamariz, assim como os aeroportos de Viracopos (SP) e Galeão, a partir da definição se haverá ou não relicitação.

 

O CEO da Pax Aeroportos, Rogério Prado, responsável pelos aeroportos de Jacarepaguá (RJ) e Campo de Marte (SP), destacou que os terminais para a viação geral executiva apresentam grande potencial de crescimento, principalmente a partir do aluguel de hangares para as aeronaves executivas. Prado disse ainda que, para acomodar a demanda executiva crescente, são necessárias obras de modificações e modernização dos dois terminais, como adequação de pistas e infraestrutura.