Simulador de imersão de submarinos da Classe Tupi (Foto: Vinícius Magalhães)

CONHEÇA O SHOWROOM DE
PROJETOS DA FIRJAN SENAI


 

Instalado no Instituto SENAI de Inovação em Benfica, espaço apresenta a alta tecnologia na prática

 

As salas que compõem o showroom do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção (ISI SVP), da Firjan, podem ser facilmente confundidas com os espaços de apresentação de uma feira de artefatos e jogos eletrônicos. Desde uma cabine virtual de roupas que “vestem” quem está em frente à tela a uma colheitadeira de árvores que limpa e empilha os troncos, todos os 20 projetos expostos em amplos espaços do andar térreo do Instituto, em Benfica, Zona Norte da capital, convidam à interação com equipamentos que simulam situações reais. A grande diferença de todos os objetos para os videogames é que a realidade virtual que eles utilizam não oferece ao operador diversão, mas treinamento para a vida real.

 

Visitas ao showroom são corriqueiras, tanto por alunos da Firjan SENAI SESI quanto por representantes de indústrias e entidades que pretendem desenvolver trabalhos em parceria com o ISI SVP. O showroom foi inaugurado há sete anos para servir como portfólio concreto dos projetos do Instituto. Desafios tecnológicos não faltam para a equipe, como a atualização dos sistemas do simulador de imersão de submarinos da Classe Tupi, que estavam em operação desde os anos 1980. Somente o ISI aceitou o desafio proposto pela Marinha, que abriu processo de licitação do retrofit do simulador, concluído em maio de 2022, após dois anos de desenvolvimento.

 

“O Instituto SENAI de Inovação foi a única instituição a demonstrar capacidade para a concretização do projeto. A possibilidade de participar das soluções propostas, necessárias para a nacionalização do conhecimento tecnológico desse projeto, foi uma experiência ímpar. Os militares que participaram do projeto ganharam maior aprofundamento técnico sobre o funcionamento do simulador, facilitando a utilização e o entendimento dos processos de manutenção necessários para a longevidade do equipamento”, conta o capitão de mar e guerra André Moraes Barros, comandante do Centro de Instrução e Adestramento Almirante Átilla Monteiro Aché (Ciama), na Ilha de Moncanguê, em Niterói, onde o simulador Tupi fica instalado.

 

A cada semestre cerca de 60 militares utilizam o simulador, usado essencialmente para a formação de novos operadores de submarinos, que vivenciam atividades e situações extremas de forma absolutamente segura. “O simulador da Classe Tupi é programado para enfrentar as piores condições possíveis que um submarino pode encontrar, ainda que dificilmente isso venha realmente a acontecer. Os alunos, sempre acompanhados por instrutores, aprendem a atuar sob a tensão real, já que o ambiente reproduz a cabine de controle e balança como se estivesse sob o impacto da água”, explica Luiz Gustavo Maria, pesquisador sênior do ISI SVP.

 

Simulador de imersão de submarinos da Classe Tupi, desenvolvido para a Marinha do Brasil (Foto: Vinícius Magalhães)
 Sistemas do simulador de imersão de submarinos da Classe Tupi atualizados pelo ISI SVP para a Marinha do Brasil (Foto: Vinicius Magalhães)

 

Projetos sob medida

Já o simulador da colheitadeira florestal parece mais um imenso videogame, com imagens semelhantes às usadas nos jogos de computador. Diante da tela, o operador se senta numa poltrona e mexe em comandos iguais aos da máquina real, tendo que programar seu trajeto por terrenos de diferentes tipos e vegetação diversa.

 

“Essa simplicidade de uso é o que a indústria necessita, já que o operador desse maquinário geralmente é alguém jovem, sem qualificação específica. Essa pessoa vai receber um treinamento único, exigindo muita precisão para cortar, descascar, fatiar, empilhar as árvores e ainda verificar o quanto de material foi desperdiçado no corte”, informa Luiz Gustavo.

 

Simulador da colheitadeira florestal (Foto: Vinícius Magalhães)
Simulador de colheitadeira florestal (Foto: Vinícius Magalhães)

 

O aspecto lúdico do showroom se enfatiza com o espelho virtual que permite ao usuário escolher peças de roupas. Segundo Diego D’Andrea, especialista em Design de Produtos Digitais do ISI SVP, o espelho, criado para uma prova de conceito de indústria 4.0 do SENAI Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), hoje está em empresas que oferecem a opção da personalização da peça e encomenda sob demanda. 

 

“É possível definir quais estampas e cores da roupa e iniciar um processo de fabricação com integração da indústria, tendo a peça impressa, cortada e armazenada por robô. Após o processo, o usuário consegue recuperar sua peça com um QR Code”, explica Diego D’Andrea.

 

Outro espaço atraente para os visitantes é a CAVE, uma área com quatro telas com projeções 3D conectadas que criam um ambiente para até quatro pessoas simultaneamente. Calçando pantufas e usando óculos de esteroscopia ativa, os usuários passam por uma imersão virtual em qualquer ambiente projetado. 

 

Os projetos desenvolvidos pelo ISI SVP – assim como pelos demais Institutos de Inovação e de Tecnologia – são encaminhados à Firjan SENAI de diferentes formas, entre elas por inscrição de empresas e startups em editais de fomento, licitações externas, contratação direta ou via captação pela Gerência Geral de Negócios da Firjan, que apoia todos os trâmites, da elaboração de um projeto à prestação final de contas. Além de atender aos associados da Firjan, dentro do princípio do apoio à indústria, os ISIs já têm uma carteira de clientes externos de renome, como a Braskem, a CSN, a Embraer, a Marinha do Brasil, a Nissan e a Petrobras, entre outros, além de fazer aceleração de startups.