Trabalhadores realizam ensaio no ISI Química Verde da Firjan SENAI (Foto: Vinícius Magalhães)

SOLUÇÕES PARA EMPRESAS
DE PEQUENO PORTE


Cada vez mais editais abrem espaço para pequenas indústrias e startups assumirem desafios que pedem soluções ESG. Firjan apoia no acesso aos recursos 

 

A procura pela inovação tecnológica, um dos principais objetivos da indústria em tempos de busca pela sustentabilidade, tem sido contemplada em projetos desenvolvidos com apoio da Firjan SENAI SESI. Só em 2022, foram captados recursos da ordem de R$ 13,6 milhões para 76 empresas desenvolverem suas iniciativas. Canais de fomento para inovação têm sido cada vez mais direcionados para indústrias de pequeno porte que, com orientação da Firjan, vêm conseguindo executar seus projetos.  

 

O encontro entre a Firjan SENAI SESI e as pequenas empresas não se limita ao acesso a recursos, mas inclui a integração de equipes para o desenvolvimento dos projetos, que muitas vezes ocorre em um dos Institutos de Inovação e de Tecnologia da federação. A promoção de eventos de inovação também contribui para esses encontros. Foi o que aconteceu com José Baldassim, CEO da RZX Tecnologia, ao conhecer representantes do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção (ISI SVP), quando esteve na Casa Firjan, em 2019, para o lançamento do primeiro edital da Petrobras destinado a startups.  

 

“Contar com uma equipe complementada pelas habilidades-chave do grupo do ISI SVP, sem a menor dúvida, deu visibilidade ao nosso projeto do sondador de tarefas, um sistema para auxiliar os operadores que fazem a perfuração de poços de petróleo. O produto já estava desenhado, mas o ISI acelerou o desenvolvimento desse projeto, que visa diminuir as condições de estresse de quem trabalha em operações de alto risco”, conta Baldassim.  

 

O sondador de tarefas capta informações do local de perfuração para orientar o operador. “Os sistemas em uso hoje, em sua maioria, mostram muitos dados em tela, o que pode extenuar o operador – 80% das falhas em trabalho são atribuídas a erro humano e boa parte delas se deve à sobrecarga cognitiva de quem tem responsabilidade sobre as tarefas. Por isso, trabalhamos com neurocientistas na seleção desses dados”, explica Baldassim.

 

Atualmente, o sondador de tarefas está em fase de validação, informa Felipe Hollanda, líder técnico do projeto e especialista em Serviços Tecnológicos do ISI SVP. “Trabalhamos especialmente na interface de acompanhamento da perfuração, reduzindo o excesso de informações em tela e otimizando a visualização para esse operador”, acrescenta.  

 

O novo sondador de tarefas é um sistema para auxiliar os operadores que fazem a perfuração de poços de petróleo e está sendo desenvolvido pela RZX Tecnologia e pelo ISI SVP da Firjan SENAI (Foto: Divulgação)

 

Princípio ativo vindo do jaborandi

 

As oportunidades de fomento também podem ser destinadas a empresas de grande porte, a exemplo do projeto desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Química Verde (ISI QV) com o Grupo Centroflora. A iniciativa visa maximizar o teor do princípio ativo retirado da folha do jaborandi, que compõe um ingrediente importante para colírios oftalmológicos. O teor desse produto tem um determinado grau de concentração quando se faz a coleta das folhas em matas nativas, mas que não é alcançado nos espécimes plantados em fazendas ou em sistemas agroflorestais que a empresa hoje opera no Piauí.  

 

O ISI QV participa do projeto desde setembro de 2022, através de uma chamada da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), fazendo análises químicas do bioma do solo. Também integra o projeto uma startup, a Brazbio. “É uma proposta extremamente complexa, com duração de 36 meses, envolvendo diversos setores. Fatores ambientais e micro-organismos do solo é que levam à concentração necessária para a utilização desse princípio ativo em medicamentos, cuja cadeia hoje é toda de extrativismo em área florestal”, explica Giovanni Pedroso, pesquisador do ISI QV.

 

O investimento no plantio em área sem mata nativa busca também evitar o risco para outras espécies, que podem ser prejudicadas nas operações de coleta, diz Cristina Dislich Ropke, diretora de Inovação da Centroflora. “Quando se cria uma área de plantio existe o objetivo de maximizar a produção, mas também a de proteger a espécie nativa, além de todos os que trabalham nessa coleta. Coletores passam a trabalhar no cultivo com um sistema de segurança ambiental amigável”, pontua Cristina. 

 

Apoio da Firjan 

 

Tami Vivas, coordenadora de Captação de Recursos da Firjan, tem observado uma procura maior de startups no site da federação. “Se antes os editais eram destinados a empresas de qualquer porte, hoje há muitos que trazem desafios dirigidos especificamente para startups. Talvez até por isso estejamos sendo espontaneamente procurados por muitas dessas empresas, que buscam apoio para escrita e submissão dos projetos. Trabalhamos a modelação de propostas para essas seleções, buscando oportunidades de captação de recursos para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I)”, conta Tami. 

 

Empresas de todos os portes que queiram saber como contar com o apoio da Divisão de Captação de Recursos podem entrar em contato por este link por este link ou pelo e-mail: recursos@firjan.com.br