Greenpeople no NutriSaúde Summit, evento sobre alimentação saudável

ALIMENTOS E BEBIDAS
SAUDÁVEIS


NutriSaúde Summit: indústria atende consumidor na busca por saudabilidade com produtos naturais e saborosos

 

O setor alimentício tem o grande desafio de inovar com produtos saudáveis, gostosos e com preços acessíveis, para um mercado exigente que adotou a saudabilidade como hábito. A tendência, que se intensificou com a pandemia da Covid-19, tem indícios de que veio para ficar. Em 2021, a categoria de saudáveis movimentou R$ 100 bilhões no Brasil, de acordo com a Euromonitor International, transformando o país no quarto maior mercado em alimentos saudáveis do mundo e abrindo espaço para grandes oportunidades, a fim de atender cerca de 72% dos brasileiros que mudaram seus hábitos alimentares nos últimos anos.

 

O encontro internacional NutriSaúde Summit – o Elo da Indústria Saudável, realizado pela Firjan SENAI SESI com o apoio do Fórum da Indústria da Alimentação Saudável (IAS), nos dias 21 e 22/6, discutiu como atender às necessidades do consumidor preocupado com a saúde e a alimentação saudável, um nicho de mercado específico que está mais atento à saudabilidade. Na Casa Firjan, um ambiente de inovação, educação, criatividade e tendências da Firjan, o evento reuniu todos os elos da cadeia de alimentos e bebidas, como empresários, profissionais de saúde e nutricionistas, e teve ingressos esgotados três semanas antes do início. A federação pretende realizar uma segunda edição em 2025.

 

Carlos Alberto Lancia (Sindinam) durante o painel "Bebidas funcionais: o futuro do mercado saudável" (Fotos: Paula Johas)

 

No debate sobre "Bebidas funcionais: o futuro do mercado saudável", Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) e do Sindicato Nacional da Indústria de Águas Minerais (Sindnam), além de diretor da Firjan, destacou que “água é água, um produto puro na origem. Não tem tratamento, mas não é tudo igual”. Ele chamou atenção para a ação medicamentosa ou funcional das verdadeiras águas minerais, sejam subterrâneas ou não.

 

Lancia alertou para a importância de o consumidor estar atento ao rótulo para conferir o tipo da água, a composição e o local da fonte, e, desse modo, se certificar de que a bebida é mineral e não envazada.

 

Suco natural

 

A Greenpeople, representada por Mônica Fernandes, diretora industrial e pesquisadora chefe da empresa, explicou como é realizado o processamento de alta pressão usado pela empresa. A inovação comprovada na produção de alimento é utilizada no Brasil desde 2015. Com frutas e hortaliças 100% naturais, o processo faz prensagem a frio, uma técnica milenar. Depois, passa as garrafas em alta pressão e leva para uma distribuição refrigerada.

 

“O suco da HPP (alta pressão) preserva os nutrientes e mantém um shelf life (validade) de 90 dias. Então, a gente consegue conservar nutrientes e compostos bioativos. Aumenta a biodisponibilidade de vários compostos bioativos, por exemplo, o betacaroteno. Ele é 100% natural, sem açúcar, sem conservantes, sem aditivos, prensado a frio, pressurizado a frio”, complementa Mônica.

 

Água de coco congelada

 

“A mudança de comportamento do consumidor, o interesse pela comida de verdade, por alimentação saudável, com sabor verdadeiro da fruta, não é moda, é uma tendência que veio para ficar", avalia Luiz Eduardo Arroxelas, criador da Vero, marca de água de coco 100% natural, sem açúcar ou conservante.

 

Para manter nutrientes e sabor e atender à exigência do consumidor, a empresa optou pelo processo de congelamento como método de produção. “O coco é aberto à mão para eliminar os que não estão em boas condições. A água é tirada do coco e congelada rapidamente. Com isso, a gente consegue ter uma validade de 180 dias, sem alteração do sabor, sem conservantes, nem açúcar”, explica, informando que após o descongelamento a validade é de cinco dias.

 

Paulo Dinis (Grupo Alimenta Sul-Rio), Saiko Ohsara (Universal Bakes and Café), Fernanda Hipólito (Rio+Pão) e Klaus Allers (Nema Padaria). Foto: Paula Johas

 

Tendência da panificação

 

Na mesa "Panificação saudável: oportunidade para empresas fluminenses", Fernanda Hipólito, vice-presidente da Firjan e presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do município do Rio de Janeiro (Rio+Pão), pontuou que empresários do setor precisam ter um olhar criterioso para a saudabilidade dos produtos, além de se preocupar com a origem dos insumos. “Há hoje uma preocupação da liderança do setor no sentido de orientar para que haja mais rigor com a origem do insumo na hora da compra”, disse Fernanda, mediadora do debate.

 

Ao evidenciar que hoje todo mundo mira mais na saudabilidade, Paulo Dinis, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria e Alimentos do Sul do Estado (Grupo Alimenta Sul-Rio), avalia que, no ramo da padaria, a tendência é o pão de fermentação natural. Há 50 anos, o pai de Paulo vendia apenas pão francês, mas, para se manter no mercado, teve que diversificar. Hoje essa diversificação está indo para a saudabilidade, com produtos orgânicos, de baixas calorias, veganos e de fermentação natural. “Os pães de fermentação natural seguem essa linha para atender esse novo cliente, que não para e aumenta”, diz o dono da padaria Madrigal.

 

Com o propósito de trazer um pão saudável do tipo sourdough, de qualidade para o dia a dia das pessoas, nasceu em 2018 em Ipanema, Zona Sul carioca, a padaria Nema, que carrega os nomes das avós dos sócios, na junção de Neusa e Margarida, e não parte do nome do bairro onde surgiu, como muitos acreditam.

 

Klaus Allers, co-fundador da Nema Padaria, conta que ele e o sócio passaram por altos e baixos para entrar no mercado do pão de fermentação natural, mas felizmente agora estão no caminho. “No Rio, a marca tem 15 lojas, e já abrimos outras em Fortaleza, Vitória e Florianópolis. Estamos crescendo bastante e felizes porque a gente apostou num caminho que não tem volta, o da alimentação saudável, uma tendência que vai crescer cada vez mais, até porque as pessoas estão vivendo mais e percebendo que o alimento é o nosso principal remédio”, salienta.

 

A Nema trabalha também com a linha que o mercado definiu como clean label, ou seja, a alimentação saudável não é só o que tem pouca caloria, e sim produtos que não tenham conservantes e vários aditivos.

 

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