FIRJAN SESI
DESMISTIFICA A MATEMÁTICA

O aprendizado da matéria – atestado pelas notas do Enem – contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico, um diferencial no mercado profissional

“Eu sempre gostei de matemática, mas tinha dificuldade para aprender a matéria. Eu só me desenvolvi bastante durante os anos do Ensino Médio da Escola Firjan SESI São Gonçalo, que fiz junto com o Curso Técnico de Automação Industrial da Firjan SENAI”. O depoimento é de Felipe Nascimento da Conceição, ao avaliar que o entendimento da matéria foi possível a partir da forma lúdica e otimizada com que o conteúdo é apresentado pelos professores especializados no programa Firjan SESI Matemática, utilizando recursos digitais e concretos e até games.

"Facilitou para mim o método prático do ensino. A gente aprende de forma mais direta como resolver um problema, entende a importância da matemática e como ela será útil na idade adulta. Hoje, mesmo trabalhando com comunicação, utilizo a matemática várias vezes para realizar análises de dados, por exemplo. Ela está sempre presente”, avalia Felipe.

Para o ex-aluno da Escola Firjan SESI, o aprendizado especializado da matéria contribuiu para as escolhas e aprovação nos cursos universitários de Física, na UFF, e de Engenharia Mecânica, na Uerj. Além de abrir as portas para conquistar uma colocação na L'Oreal, na área de comunicação.

Felipe, ex-aluno da Escola Firjan SESI São Gonçalo: o aprendizado da matemática abre portas e novos horizontes (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, Felipe, de 20 anos, optou por cursar Marketing enquanto termina a faculdade de Engenharia, atualmente no 7º período. A inspiração para o novo curso veio das funções que desempenha na empresa de produtos de beleza.

“Acredito que tanto a matemática quanto a robótica que fiz na Firjan SESI foram essenciais para trabalhar em diferentes mercados. Essas disciplinas desenvolvem habilidades importantes, como o raciocínio lógico e maior capacidade de realizar análises”, complementa.

O raciocínio lógico é importante para acelerar o pensamento, até mesmo na vida pessoal, e não apenas para resolver questões numéricas, explica Felipe da Conceição, que, com suas habilidades desenvolvidas, já atuou nas áreas de engenharia e comercial, além do marketing.

Interior da unidade móvel de matemática (Foto: Vinícius Magalhães)

Matemática na indústria

Desde 2012, inspirada em uma pesquisa com mais de 600 empresários brasileiros para identificar o que faltava para os trabalhadores, a Firjan instituiu o programa Firjan SESI Matemática, que é aplicado desde então em todas as suas escolas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. A decisão veio com a análise do estudo, que apontava a necessidade de competências relacionadas à disciplina, como leitura de dados, resolução de problemas e pensamento computacional, que têm muito a ver com todo o desenvolvimento de matemática na Educação Básica.

“A matemática está presente em tudo. Por isso mesmo, a Firjan SESI decidiu utilizar uma metodologia que levasse a matéria de forma lúdica para o aluno, criando uma atratividade para usar a matemática no dia a dia e aprender com a prática, em vez de simplesmente colocar no quadro uma teoria e o aluno ter que entender aquilo estudando e decorando”, pontua Marco Saltini, vice-presidente da Firjan CIRJ e vice-presidente de Relações Institucionais da Volkswagen Caminhões e Ônibus. 

Ele ressalta que o mais importante do ensino é mostrar para o aluno a importância da matéria no dia a dia da vida de cada um.

Com sua experiência de engenheiro de produção e ex-aluno do Curso de Mecânica de Automóveis da Firjan SENAI, Saltini lembra que a matemática está presente em todos os momentos, como ao acordar, com o toque do despertador, que precisa contar o tempo, ou no simples fato de medir o macarrão para determinado número de pessoas.

A importância disso, diz ele, é que, independentemente da profissão a ser escolhida, a matemática sempre será necessária de alguma forma. Além disso, o aprendizado contribui muito para o desenvolvimento do raciocínio lógico, uma habilidade que representa um diferencial no mercado profissional, assim como na indústria 4.0.

“Por isso, é tão importante essa formação educacional. Você dá um diferencial a esses profissionais para abrir exatamente as portas no mercado de trabalho. A engenharia, a física e a tecnologia da informação, por exemplo, usam muita matemática. Mas um médico, um músico e um pedreiro também”, afirma o executivo, que atua na área de relações institucionais.

Atividades com o "cubo-cabeça" na Escola Móvel de Matemática (Foto: Vinícius Magalhães)

Ensino dinâmico

“Desenvolvemos um programa com um apelo metodológico grande para mexer um pouco com a estrutura do ensino na sala de aula de matemática. O objetivo é fazer o aluno se sentir participante da disciplina. O professor lança mão de recurso digital, de recurso concreto e de gamificação para deixar a aula mais dinâmica, para o aluno enxergar que aquilo que ele está aprendendo tem uma finalidade, serve para resolver algum tipo de situação, de problema ou de desafio”, esclarece Vinicius Mano, gerente de Educação Básica da Firjan SESI.

Capacidade de raciocínio lógico, de pensamento crítico e de análise de dados são algumas das habilidades desenvolvidas pelo estudo da matemática, que visa construir um caminho que leve à solução de um problema. Essas e outras qualificações são importantes para o jovem ingressar no mercado de trabalho ou cursar universidades em inúmeras carreiras, como os diversos tipos de engenharia, ciência da computação, ciência de dados, economia, direito, contabilidade e até mesmo medicina, entre outras.

Para transformar a sala de aula em um ambiente mais participativo, foram disponibilizados recursos concretos, materiais manipuláveis para o aluno pegar na mão, para poder perceber o conceito de forma tátil. São sólidos geométricos em acrílico, tangram – um quebra-cabeça composto por sete peças geométricas que podem ser usadas para formar diversas figuras –, material dourado, ábaco (instrumento de cálculo), além de muitos materiais de madeira e de plástico.

A estratégia também pode contribuir para o combate à evasão escolar, por ajudar no desempenho adequado dos estudantes.

“Se o aluno precisa, por exemplo, aprender o que é um cilindro, ele vai manusear, enxergar como aquele cilindro se comporta, como é o meio dele. Não é só imaginar o cilindro, não é só fazer o desenho do cilindro no papel”, diferencia Vinicius Mano. Além disso, os estudantes utilizam a Mangahigh, uma plataforma de games online que trabalha conteúdo de matemática utilizando jogos.

Mas antes mesmo de fazer a cabeça dos alunos, o programa mudou primeiro os professores, que enfrentaram o desafio de repensar a atuação em sala de aula. A forma de ensinar matemática tem dado bons resultados. Prova disso são melhores notas no Enem.

“Em 2023, a média de matemática em todas as Escolas Firjan SESI foi a maior entre as quatro áreas do conhecimento. Isso não é um resultado comum. Normalmente, matemática não é a maior nota de todas as áreas. Mas aqui na Firjan SESI, ela é”, afirma Vinicius Mano.

Ele considera que as notas são fruto do programa Firjan SESI de Matemática

Pesquisa realizada junto à Coppe/UFRJ, em 2018, que entrevistou grande parte dos alunos e docentes participantes à época, mostrou o aumento significativo em interesse, participação e nos resultados dos estudantes. O estudo contou ainda com o relato de mais de 95% dos docentes, que reconheceram que a metodologia melhorou sua prática profissional.

Olimpíada

Regularmente, os alunos da Escola Firjan SESI participam da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e do Canguru de Matemática – competição realizada mundialmente, com aplicação no Brasil. As escolas ainda costumam se inscrever livremente em diversos eventos e competições acadêmicas, que envolvem a matemática em diferentes níveis. A Robótica, por exemplo, envolve muitos conceitos lógicos e matemáticos em sua essência, e as escolas participam de diversos torneios.

Unidade móvel

Hoje, o Programa atua diretamente com os alunos das Escolas Firjan SESI. Além disso, algumas de suas ações se estendem para fora da rede, por meio da Escola Móvel de Matemática, em eventos públicos.

A unidade móvel, inaugurada em 2023 para contribuir com o aprendizado, é um caminhão que leva essa ideia metodológica para escolas e eventos de caráter científico, como o Festival Nacional da Matemática, organizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), na Marina da Glória. A unidade apresenta desafios lúdicos e interativos, diferentes das atividades apresentadas em sala de aula. Algumas delas vieram do Museu de Matemática de Nova York, o MoMath.

“A programação deste ano prevê que a unidade móvel vá para outras escolas, inclusive as escolas públicas e outros espaços”, adianta Vinicius Mano.

Outra ferramenta usada na direção de potencializar o aprendizado é a investigação em matemática, prática que desperta o interesse do aluno para a resolução de problemas e também para a carreira científica e projetos de pesquisa. Nessa linha, o Firjan SESI Matemática desenvolve o Math en Jeans, que é um projeto de iniciação científica, existente na França há cerca de 30 anos e trazido para o Brasil pela Firjan em 2019, e que conecta os estudantes da Educação Básica a pesquisadores das universidades e centros de pesquisa.