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SUL FLUMINENSE BUSCA
MELHORIAS NA LOGÍSTICA


Firjan Sul Fluminense pleiteia concretização de obras nas rodovias Dutra e Lúcio Meira para melhorar escoamento produtivo

 

Infraestrutura, logística e sustentabilidade, além de formação e qualificação de mão de obra, são os principais focos de atuação da Firjan Sul Fluminense neste momento. O objetivo é a melhoria do ambiente de negócios, permitindo que as indústrias contribuam ainda mais com o desenvolvimento regional e a geração de emprego e renda para a população.

 

Cortado por duas das principais rodovias do país – a Presidente Dutra (BR-116) e a Lúcio Meira (BR-393) – o Sul Fluminense tem nessas estradas pontos importantes de escoamento de cargas e circulação de pessoas. Ambas, porém, precisam passar por melhorias. Na altura do Km 258 da 393, em Barra do Piraí, por exemplo, a reconstrução da pista é considerada prioridade pela Firjan Sul Fluminense, já que a interdição total da via impacta no transporte de cargas e de trabalhadores. Henrique Nora Júnior, presidente da Representação Regional, lembra que a Dutra é, sem dúvida, a rodovia mais importante do país, por ligar as duas principais capitais, Rio de Janeiro e São Paulo.

 

 

Via Dutra – BR-116 

 

“Boa parte do PIB nacional e quase a totalidade do PIB regional passam pelas pistas da Dutra. Apesar de algumas melhorias terem sido realizadas na primeira concessão, ainda existe muito a ser feito para que deixe de ser uma rodovia arcaica e se torne mais moderna. Nesse sentido, podemos destacar a promessa da nova subida da Serra das Araras, que já era para ter sido feita na concessão anterior, e ainda a duplicação de vários trechos que cortam o Sul Fluminense”, destaca Nora.

 

A Regional acompanha as promessas e ações de perto. A concessionária CCR RioSP apresentou planos de duplicação e melhorias no trecho Sul Fluminense. “O estado do Rio é fraco em infraestrutura. As duas principais rodovias (Dutra e Lúcio Meira) sempre com problemas. A Firjan e outras instituições da sociedade civil e da área pública trabalharam arduamente para influenciar o novo projeto de melhoria da rodovia na nova concessão. O plano de obras é gigantesco e longo. Um desafio é como sobreviver durante as obras de melhoria”, alerta Antônio Carlos Vilela, vice-presidente da Regional.

 

Mapa com as faixas adicionais previstas nos trechos situados no Sul Fluminense, na BR-116 (no alto da imagem) e na BR-101, entre Rio-SP (Fonte: Elaboração Firjan, a partir de dados da ANTT, 2022)

 

Durante as obras na Dutra, há poucas alternativas viárias que evitem prejuízos para a economia e a população devido às restrições ao tráfego. A Firjan trabalha, junto a outras instituições, tentando viabilizar o uso de estradas estaduais. Isso para o curto prazo, pois as rotas alternativas precisam de obras para suportarem o tráfego pesado. O grupo vem tentando recursos em Brasília e no governo do estado para essa manutenção. 

 

No contrato da nova concessão da Dutra, há um cronograma de prazo de início e término de cada obra. Na Serra das Araras, já estão sendo feitas operações de sondagem de solo para que o projeto seja viabilizado. A expectativa é que a obra de duplicação da subida comece em 2025 ou, no máximo, início de 2026, para que fique pronto no sexto ano da concessão, ou seja, em março de 2028. Segundo Vilela, uma preocupação da indústria é se o governo e a concessionária consideram fechar, mesmo que parcialmente, a rodovia para obras, sem a viabilização de uma via paralela. 

 

Mapa com o trecho a ser duplicado na BR-101 (Rio-Santos), dentro do estado do Rio (Fonte: Elaboração Firjan a partir de dados da ANTT, 2022)

 

Lúcio Meira – BR-393

 

Já na Rodovia Lúcio Meira, a antiga reivindicação é de duplicação da pista em alguns trechos. “É outro gargalo que impacta de forma negativa no desenvolvimento local. É de grande importância para o escoamento da produção regional e o grande elo de tudo que é produzido no Sul do país e transportado para o Norte e Nordeste. Infelizmente, as expectativas em relação às intervenções não são as melhores”, lamenta Nora. 

 

A perspectiva da concessionária K-Infra é a devolução do trecho por meio de relicitação, permanecendo à frente da rodovia por um período de 24 a 48 meses, com manutenção dos serviços operacionais, conservação e realização de obras emergenciais. Dentro deste escopo está a manutenção e recuperação da ponte 01, na divisa dos estados do Rio e Minas Gerais. 

 

Henrique Nora Júnior se preocupa também com a Rodovia Lúcio Meira, que precisa ser duplicada no trecho sul fluminense (Foto: Paula Johas)

 

“O asfalto e as faixas foram melhorados após a privatização, mas nada foi feito em relação ao alargamento da pista. A Lúcio Meira corta muitas áreas residenciais e esses projetos exigem desapropriação. Essa dificuldade de acesso ao Sul Fluminense prejudica o crescimento industrial”, acrescenta Vilela. 

 

O empresário lembra ainda que a Rodovia do Contorno, construída para desafogar o trânsito pesado de dentro de Volta Redonda, está em péssimas condições de conservação. Depois de pronta, existe a discussão de quem é o responsável pela manutenção, se a concessionária da BR-393 ou a prefeitura de Volta Redonda. Com isso, apenas serviço de tapa-buracos tem sido realizado.

 

“Uma boa rodovia é o oxigênio da indústria do Sul Fluminense. Mas é preciso também batalhar por ferrovias e aeroportos de qualidade. Há a perspectiva de uma ferrovia ligando Minas Gerais ao Porto de Angra, passando por Barra Mansa. É uma solução de futuro, a longo prazo. Já o Aeroporto de Resende teve obras autorizadas. Deve passar a ser o melhor da região”, prevê Vilela.

 

 

Capacitação de mão de obra

 

Além de infraestrutura de transporte, a Regional Sul Fluminense atua também em prol da educação e da formação profissional. Nessas ações, recebe o suporte da Firjan SENAI SESI, presente na região com seis unidades SENAI e quatro unidades SESI. O Sul do estado possui ainda importantes universidades, como as públicas UFF e Uerj e várias particulares. Outro destaque é o Polo de Saúde de Volta Redonda, com hospital de referência na região, o que dá um conforto necessário para os líderes da indústria manterem seus empregados.  

 

“Precisamos criar um hub de inovação no Sul Fluminense. Unir Firjan SENAI, universidades, startups, empresas, iniciativas vinculadas às prefeituras, estado e governo federal, para que seja feito um projeto conjunto em prol do desenvolvimento da tecnologia e inovação da região”, sugere Vilela.

 

Cluster Automotivo

 

Outro destaque é o Cluster Automotivo do Sul Fluminense, que conta com um grupo temático criado há 10 anos dentro da Firjan, com o propósito de tratar temas relevantes para o setor e também para o desenvolvimento regional. Ao longo desse tempo, diversas ações de sucesso foram conquistadas, entre elas a implantação, em 2022, de uma subestação de energia, garantindo maior confiabilidade e estabilidade no fornecimento e reduzindo perdas com paradas nas linhas de produção. Em 2023, durante o 1º Café da Manhã da Indústria Automotiva, realizado na sede da Firjan, foram apresentados ao poder público vários pleitos, entre eles, a automatização da restituição e transferência de créditos acumulados de ICMS.

 

 

Henrique Nora pontua ainda a boa colocação dos municípios da região no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), edição 2023“Vale ressaltar que a maioria das cidades do Sul Fluminense atingiu índices melhores que os do Brasil e dos demais municípios do estado do Rio; e que Piraí, Angra dos Reis e Rio Claro ocuparam o 2º, 4º e 5º lugares, respectivamente, no ranking fluminense”, ressalta Nora. O estudo da federação acompanha mais de 5 mil municípios brasileiros, analisando as contas públicas através dos indicadores de autonomia, gastos com pessoal, liquidez e investimentos.